Arquivo

Vestígios de amianto em 45 edifícios públicos da região

Levantamento sinaliza 17 escolas, muito mais que as divulgadas inicialmente pela tutela

Postos da GNR, edifícios da Universidade da Beira Interior e do Politécnico da Guarda, dezenas de escolas, serviços de saúde são alguns dos edifícios da região onde foram detetados vestígios de amianto. Divulgada na última sexta-feira pelo Governo, a lista oficial revela que um em cada seis edifícios da administração central do Estado espalhados pelo país pode conter amianto.

O levantamento conclui que em 2.015 edifícios, instalações e equipamentos públicos, o que equivale a 16 por cento, há a possibilidade de existir amianto. Nos restantes 10.929 (84 por cento) não foi detetada a presença daquela substância potencialmente cancerígena. Em relação às instalações que podem conter amianto na sua construção, as autoridades vão analisar os dados e determinar se vão ser alvo de «ações corretivas», «ações regulares de monitorização» ou a novas análises. Na lista dividida por ministérios, conclui-se que o da Educação é aquele que concentra maior número de instalações onde há suspeita da presença de amianto. Ao todo são 813 edifícios, 37 por cento do total.

Segue-se o da Economia, com 56 edifícios, Segundo o Portal do Governo, o processo incluiu já alguns edifícios, instalações e equipamentos do sector empresarial do Estado, como os hospitais-empresa.

Por cá, há 45 edifícios «com materiais presuntivamente contendo amianto» – os termos usados neste relatório. Os postos da GNR de Seia, de Vila Nova de Tazem, de Fornos de Algodres, de Vilar Formoso, de Figueira de Castelo Rodrigo, Unhais da Serra, Fundão e Loriga fazem parte da lista, assim como o Observatório Meteorológico das Penhas Douradas (Manteigas) e a Delegação Distrital de Viação da Guarda. Tal como no resto do país, as escolas são as mais afetadas. No total, há 17 estabelecimentos de ensino, que vão do básico (Vila Nova de Tazem, Pinhel, São Miguel – Guarda, Trancoso, S. Domingos – Covilhã, Teixoso, Paúl e Pêro da Covilhã ) ao secundário (Padre José Augusto da Fonseca – Aguiar da Beira, Gouveia, Sé – Guarda, Mêda, Pinhel, Seia, Gonçalo Anes Bandarra – Trancoso, Frei Heitor Pinto – Covilhã, Quinta das Palmeiras – Covilhã).

No ensino superior, foram detetados vestígios de amianto em vários edifícios da UBI, nomeadamente na reitoria, no Departamento de Física, na residência feminina II, no aprovisionamento geral, na residência masculina IV, no pavilhão polidesportivo e na residência de docentes. No Politécnico da Guarda apenas o pavilhão desportivo da Escola Superior de Educação e Comunicação da Guarda faz parte da lista.

Os estabelecimentos prisionais da Covilhã e Guarda, bem como o hospitais Pêro da Covilhã e Sousa Martins (Guarda) – neste caso o velho e o novo edifício – são outros casos sinalizados neste levantamento. Afetados estão também a extensão de saúde de Alvoco da Serra (Seia), o pré-fabricado do Centro de Saúde de Trancoso e o Centro de Saúde da Covilhã. Finalmente, as instalações da Unidade Local da Covilhã da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e o Tribunal de Trabalho da Guarda fecham esta lista

O amianto é um elemento natural que foi usado durante anos na construção, até que estudos começaram a revelar que a exposição às suas fibras estava associada a doenças como o cancro do pulmão ou o tumor que afeta a pleura.

Luis Martins

Sobre o autor

Leave a Reply