A ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, recomendou esta quinta-feira que, no próximo dia 30, os eleitores que não estão confinados votem entre as 8 e as 18 horas, para que os cidadãos em isolamento possam fazê-lo na última hora antes de encerrarem as urnas.
O objetivo é o de «harmonizar os dois interesses», o direito a votar e o direito a votar em segurança, disse a governante, para quem o «histórico do comportamento exemplar dos portugueses» é única garantia de que eleitores confinados vão limitar-se a votar entre as 18 e as 19 horas. Isto porque o cumprimento do horário é apenas recomendado e não obrigatório.
Francisca Van Dunem apelou ao civismo dos portugueses e à observação das regras de segurança que já nas eleições presidenciais do ano passado tinham sido recomendadas: utilização de máscara, manutenção da distância de segurança, utilização de caneta própria.
O Governo escolheu não recomendar a existência de circuitos diferentes para eleitores isolados, adiantou a ministra, por motivos práticos e de operacionalização, mas está «preocupado» com a segurança das pessoas que vão estar nas mesas de voto. Sem concretizar como, a titular da pasta da Administração Interna disse que «a ideia é reforçar a proteção dessas pessoas».
Entretanto, o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Gomes, já veio criticar a decisão do Governo relativamente ao voto de isolados, dizendo que «vai abrir precedentes» porque as pessoas podem começar a olhar para o confinamento como «uma coisa alternativa e acessória».
Em declarações ao “Expresso”, o médico destaca o sentimento de perda de autoridade por parte dos médicos e anuncia que vão pedir «escusa de responsabilidade civil».