Sociedade

IPG vai estudar envelhecimento ativo na região Centro

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Escrito por Efigénia Marques

Politécnico vai acolher polo do Observatório Nacional do Envelhecimento com objetivo de contribuir para melhorar os problemas sociais e de saúde dos idosos

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai acolher o polo do Observatório Nacional do Envelhecimento na região Centro. A adesão do AgeInFuture – Centro de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável do Interior da região Centro foi assinada na semana passada.
O projeto é dinamizado pelo IPG, pela Universidade da Beira Interior (UBI) e pelos Politécnicos de Castelo Branco e de Viseu com o objetivo de estudar e melhorar os problemas sociais e de saúde com que a população mais idosa se irá deparar no futuro próximo. O polo do Observatório Nacional do Envelhecimento vai abranger toda a região Centro e disponibilizará indicadores para verificar a eficácia das medidas que estão a ser implementadas na melhoria da qualidade de vida da população sénior. O Centro de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável do Interior da Região Centro será coordenado por Assunção Vaz Patto, médica neurologista da ULS da Guarda e professora da UBI. Esta é uma área que o Politécnico investiga «há muito tempo e onde as escolas têm desenvolvido várias iniciativas para melhorar a qualidade de vida da população mais idosa da região», lembrou o presidente da instituição.
Para Joaquim Brigas, «como o conceito de pessoa idosa típica não é uma realidade, torna-se necessário desenvolver estudos epidemiológicos com dados da vida real para o desenho de intervenções e ferramentas para e jovens e idosos numa perspetiva integradora na procura de uma vida melhor no presente e no futuro envelhecimento». Investigação que será importante para «novas ofertas formativas na área da saúde, bem-estar e envelhecimento, para cuidadores e outros profissionais que atuam na área social, bem como no desenvolvimento de respostas inovadoras para promoção da saúde», acrescentou o responsável, segundo o qual o IPG está «muito bem posicionado para apoiar a definição de políticas públicas de apoio ao envelhecimento ativo, assim como de políticas para enfrentar os problemas sociais e de saúde com que a população mais idosa se irá deparar no futuro próximo».
Para tal, o Observatório Nacional do Envelhecimento irá fazer uma avaliação regular dos indicadores do envelhecimento em Portugal, bem como propor medidas de intervenção para alterar. Segundo Nuno Marques, coordenador daquele organismo, ainda há muito a fazer e muito por conhecer nesta área: «Nos últimos anos fomos aumentando a esperança de vida dos portugueses, estamos perto dos países nórdicos, mas no índice acima dos 65 anos, estamos a dez/quinze anos dos países nórdicos relativamente ao número de anos de qualidade de vida. Não somos piores do que eles e estamos a implementar políticas para que as pessoas cheguem lá com outra qualidade de vida, mas só com este Observatório teremos uma forma de saber se estamos no caminho certo», afirmou. Nesse sentido, esta entidade vai recolher e analisar as bases de dados que já existem, analisá-las e acompanhar, «ao longo dos anos, uma coorte de pessoas da população para nos permitir ver de uma forma representativa o que está a ser feito e se estamos a conseguir mudar o que é preciso mudar», acrescentou Nuno Marques.
Presente na sessão, o presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, anunciou que a economia social vai ser o «novo “cluster”» da Guarda graças à instalação do AgeInFuture, do Centro de Competências da Economia Social, através do Centro de Estudos Ibéricos (CEI), e futuramente de um Centro de Investigação Nacional ligado ao envelhecimento. «É intenção da Câmara, em estreita colaboração com as entidades nacionais e regionais de saúde, recuperar o pavilhão Rainha D. Amélia para desenvolver estas áreas e que se possam relacionar com a atividade clínica dos nossos profissionais de saúde», assegurou o autarca, adiantando que o município está disposto a custear o projeto. «A Guarda coloca-se assim na vanguarda académica da qualificação e competências para a economia social. Este primeiro passo para a criação do Centro Europeu de Competências para a Economia Social na cidade abre novas perspetivas de futuro para o concelho e para a região», admitiu Sérgio Costa.

 

Luís Martins

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Efigénia Marques

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