A esperança de Abril

Escrito por Honorato Robalo

As co­me­mo­ra­ções po­pu­lares cons­ti­tuem um im­por­tante mo­mento de afir­mação da luta dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês pela li­ber­dade e a de­mo­cracia, e de exi­gência de uma po­lí­tica que res­ponda aos pro­blemas do país e às aspirações dos tra­ba­lha­dores, dos jo­vens e do povo por­tu­guês.

Uma das armas conquistada com o 25 de Abril, depois de 48 anos de ditadura fascista, foi o voto; mas a democracia participativa foi mais revelante no período revolucionário, este que permitiu a liberdade de expressão, reunião, organização coletiva dos trabalhadores.
Neste sentido, não podemos hipotecar o nosso futuro sem travar o caminho de esclarecimento e reforço de militância junto dos jovens e dos trabalhadores, mais ainda no mo­mento em que se as­si­nala o 50º ani­ver­sário do 25 de Abril. Im­porta afirmar o que Abril sig­ni­ficou de con­quistas nos planos so­cial, po­lí­tico, cul­tural, eco­nó­mico e de afir­mação de so­be­rania, com­ba­tendo as fal­si­fi­ca­ções e o bran­que­a­mento do fas­cismo, afir­mando o de­ter­mi­nante e ina­pa­gável papel do PCP na re­sis­tência ao fas­cismo e na Re­vo­lução de Abril, bem como na resis­tência à contrarre­vo­lução e à po­lí­tica de di­reita apos­tada na sua descaracte­ri­zação e des­truição das suas con­quistas.
As co­me­mo­ra­ções po­pu­lares cons­ti­tuem um im­por­tante mo­mento de afir­mação da luta dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês pela li­ber­dade e a de­mo­cracia, e de exi­gência de uma po­lí­tica que res­ponda aos pro­blemas do país e às aspirações dos tra­ba­lha­dores, dos jo­vens e do povo por­tu­guês.
Num quadro em que re­cru­descem ex­pres­sões reacionárias de cariz ra­cista, xenófobo e an­ti­de­mo­crá­tico, em que a luta pela paz ganha par­ti­cular importância, fica ainda mais claro que é na de­fesa e afir­mação dos va­lores de Abril e no cum­pri­mento da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, na con­cre­ti­zação dos seus objetivos, va­lores e projeto de de­sen­vol­vi­mento na­ci­onal e eman­ci­pação in­di­vi­dual e so­cial que re­side a pos­si­bi­li­dade real de um Por­tugal com fu­turo.
Por isso, enalteço a escrita de Ary dos Santos:

«O FUTURO
… Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança
quando a água de Abril sobre nós cai.
o que é preciso é termos confiança
se fizermos de Maio a nossa lança
isto vai meus amigos isto vai».

* Militante comunista e dirigente de classe

Sobre o autor

Honorato Robalo

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