Fatoumata Diawara nasceu na Costa do Marfim, filha de pais naturais do Mali. Aos 18 anos, desejando construir o seu próprio percurso, desloca-se para França em perseguição de uma carreira como atriz.
Alguns anos mais tarde, após participar em vários projetos cinematográficos, começa a construir a sua ligação com a música e a criar um som próprio, influenciado por sonoridades tradicionais de Wassoulou, uma região do sul do Mali, e inúmeras outras que foi colhendo ao longo das suas viagens. Fatoumata aprende sozinha a tocar guitarra e começa a escrever as próprias músicas. Ao longo dos anos continua a participar em filmes e peças musicais e, simultaneamente, a perseguir uma carreira musical.
A sua música é muito ligada à cultura ancestral de Wassoulou, cantando principalmente em bambara, a língua tradicional do Mali. Apesar de algumas das suas letras serem incompreensíveis para a maioria dos seus ouvintes, a sua força e sentimento de independência são facilmente reconhecidos. Fatoumata Dawara é também uma das figuras mais vocais em defesa da independência da mulher e igualdade de género, tendo vivido em comunidades onde as mulheres não têm voz. A cantora tem sido uma grande inspiração para as mulheres que crescem nestas comunidades e tem utilizado as suas letras e várias parcerias musicais como forma de denunciar algumas práticas no país, na esperança de provocar alguma mudança.
Joana Rebelo