Do «pacto de agressão» à «discriminação» regional, Jerónimo de Sousa não poupou críticas ao executivo de Pedro Passos Coelho, dedicando grande parte do seu discurso às “troikas”, ao desemprego e à necessidade de eleições antecipadas. Depois veio o distrito da Guarda, onde, no sábado, cerca de 250 apoiantes se juntaram para ouvir o líder do PCP.
A situação vivida na região não aconteceu por «cataclismo, resulta de políticas e Governos concretos», atirou Jerónimo de Sousa. «Estamos num distrito que sofre da política centralista e de abandono da produção, que é discriminado em relação à origem regional», sublinhou. Para o secretário-geral, a reunião do partido na Secundária da Sé é «um sinal» de que também a nível local se faz sentir a «resistência». Nesse sentido, o dirigente comunista só recomenda um caminho: «Demitir este Governo e dar de novo a palavra ao povo», reiterando que «não devemos esperar por 2015».
De resto, Jerónimo de Sousa classificou de «terrorismo social» as novas medidas apresentadas por Passos Coelho, já que vão «afetar os mesmos de sempre»: «Querem ir buscar 4,4 mil milhões de euros à custa daqueles que trabalham, de reformados e pensionistas», reprovou. Quanto ao desemprego, o responsável defendeu que «há 1,5 milhões de portugueses sem trabalho e só não é mais dramático porque 85 mil emigraram», o que resulta, na sua opinião, da soma dos que já desistiram de procurar emprego às estatísticas oficiais.