Arquivo

Eleição de António Saraiva na Federação PS da Guarda contestada

Estavam inscritos 1.349 militantes para o ato eleitoral da passada sexta-feira mas só 571 votaram com o novo líder a obter 524 votos

António Saraiva foi eleito presidente da Federação do PS da Guarda na passada sexta-feira, mas o escrutínio está a ser contestado por Eduardo Brito. O candidato desistiu no dia das eleições alegando «falta de liberdade e de democracia» no processo eleitoral e já impugnou o ato. A comissão de jurisdição distrital ter-se-á pronunciado ontem, após o fecho desta edição, sobre o caso.

O sucessor de José Albano Marques, que não se recandidatou e apoiou o arquiteto, obteve 524 votos entre 571 votantes. Nestas eleições estavam inscritos 1.349 militantes e decorreram em 13 das 14 secções do distrito. A exceção aconteceu em Trancoso, onde os socialistas locais não puderam votar porque a sede da concelhia não abriu portas. No rescaldo da noite eleitoral, António Saraiva considerou que obteve um «resultado extraordinário, apesar dos apelos ao não voto e de uma secção que não abriu». Percalços à parte, o antigo presidente da concelhia da Guarda acrescentou que se sente «muito confortável com esta votação. É sinónimo que os militantes querem estar connosco e com o nosso projeto para a Federação». O arquiteto afirmou que quer um partido virado «para os problemas do distrito», como o desenvolvimento económico, o emprego e a captação de investimento, e prometeu «um novo ciclo, com novos métodos, mas sem esquecer uma história e um passado do PS na Guarda».

O novo líder federativo comentou também a desistência de Eduardo Brito, declarando que não apoia a sua decisão: «Uma eleição [de presidente da Federação] não tem nada a ver com a outra [delegados ao congresso]. Gostaria de ter tido um opositor até ao fim porque com esta atitude penalizou as eleições». Lembrando que a sua candidatura também contestou algumas decisões da Comissão Organizadora do Congresso (COC), o recém-eleito presidente da Federação do PS guardense acrescentou que «se houver algo menos correto neste processo eleitoral, alguém o virá dizer, vamos aguardar». António Saraiva assumiu que as próximas autárquicas serão a sua prioridade e para tal vai criar um grupo de trabalho para acompanhar os 14 concelhos do distrito. «O desafio é sermos a maior força política em termos autárquicos em 2017», disse, admitindo que quer ganhar a Câmara da Guarda. No entanto, o dirigente ressalvou que esse objetivo não é prioritário ao sublinhar que «não é um oásis que torna um deserto fértil». António Saraiva anunciou também que não será ele o candidato à Câmara da Guarda, pois «o meu desafio e compromisso é defender o distrito no seu todo».

Em termos eleitorais, os melhores resultados de António Saraiva verificaram-se em Celorico da Beira (194 votos dos 204 votantes em 310 inscritos), Vila Nova de Foz Côa (75 votos dos 77 votantes em 162 inscritos) e Guarda (72 votos dos 82 votantes em 171 inscritos). O congresso federativo está agendado para dia 19.

Luis Martins António Saraiva diz que conseguiu «resultado extraordinário, apesar dos apelos ao não voto e de uma secção que não abriu»

Sobre o autor

Leave a Reply