Camionistas de várias cidades circularam ontem em marcha lenta em protesto contra a falta de medidas de apoio ao sector de camionagem, numa acção apoiada pela Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias – ANTRAM. Era esperado que empresas de camionagem aderissem ao protesto, um pouco por todo o país, numa iniciativa que provocou engarrafamentos e atrasos no trânsito em cidades, estradas locais e itinerários principais, sobretudo em Vilar Formoso, local habitual de concentração de pesados de mercadorias. A ANTRAM tem cerca de cinco mil empresas associadas. Os protestos serviram para alertar o país para os problemas do sector e exigir ao Governo a adopção de medidas que permitam ultrapassar as dificuldades sentidas na camionagem, numa altura em que faltam medidas estruturais que permitam ganhos de competitividade. Os camionistas estão preocupados também com a deslocalização de empresas portuguesas para Espanha, onde as condições são melhores. Entre as medidas defendidas estão o congelamento da emissão de novos alvarás, a regulamentação das condições de acesso do transporte de mercadoria em ligeiros, as restrições à importação de camiões usados e o incentivo ao investimento através do crédito fiscal. Querem ainda diferenciação do IVA do transporte particular para o público, tratamento fiscal das ajudas de custo e a criação do gasóleo profissional, com menores taxas, antiga reivindicação do sector. Os organizadores do protesto apelam igualmente ao combate às medidas proteccionistas implementadas noutros Estados membros da União Europeia e que penalizam os interesses das empresas portuguesas.
