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O estranho mundo dos Mola Dudle

Concerto de espantar no pequeno auditório do TMG

A música dos portugueses Mola Dudle é tão estranha e original como o seu nome, inspirado no objecto artesanal e na expressão visual de uma garatuja. O grupo formado por Nanu (voz e guitarra), Matze (teclados, guitarra e voz), Diogo Dias (contrabaixo) e Miguel Cintra (bateria) apresenta-se amanhã à noite no pequeno auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG).

Os Mola Dudle entraram em cena em 2001 com o objectivo de usar a música como elemento estruturante de outras manifestações artísticas. A metáfora da “casa” foi o seu ponto de partida e, com a chancela da Ananana, editaram “Mobília”, o primeiro registo de originais. O disco apresenta construções e desconstruções de ambientes interiores físicos e psicológicos em formato de micro-canções. Na prática, usaram-se cadeiras, estores, talheres, ábacos, canos, máquinas de barbear, lápis, panos, colchões, escovas de dentes ou interruptores como matéria sonora. Tudo embalado pela tecnologia de programação e alguns instrumentos convencionais. Este experimentalismo continuou em 2003, com o seu último álbum, “O Futuro Só Se Diz Em Particular”, editado novamente pela Ananana. Mas desta vez com ambientes revivalistas.

Os textos utilizados são, em grande parte, excertos de publicações da época, o mesmo acontecendo com os sons, aos quais misturaram programações e outros efeitos. Neste novo registo existem participações de peso, como a de Manuela Azevedo no tema “Árvore” ou do o multi-facetado Armando Teixeira no tema “Radioplástica” e na co-produção do álbum, ficando a produção para Mário Barreiros. O espectáculo do TMG assenta basicamente no universo retro de “O Futuro Só Se Diz Em Particular”.

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