Para a décima quarta edição do Audiofiili vamos encontrar-nos com HEALTH. Uma banda californiana detentora de uma sonoridade tremendamente densa e agressiva dentro das áreas experimentais indo ainda buscar grande parte das suas influências ao noise e no-wave das décadas de 80 e 90 mas que ainda assim consegue ser dançável.
Sendo o álbum de mais fácil audição dos HEALTH, “Death Magic” é, até à altura, uma das melhores fusões de vibe techno com punk moderno. Do terceiro álbum de originais da banda da Califórnia, recomenda-se “Men Today”, “Flesh World (UK)”, “Salvia”, “New Coke” e a portentosa “Stonefist”.
Não saindo do mundo noise mas vindo sem dúvida para mais perto, a dupla alfacinha Pega Monstro apresentou recentemente ao mundo o seu novo álbum “Alfarroba”. Depois de anos na corda bamba entre o rock melodramático e o humor (leia-se “Paredes de Coura”), Júlia e Maria gravam o segundo longa duração nos estúdios Golden Pony, que já tanto deram a Portugal, e continuam iguais a si mesmas. Prova disso é “Amêndoa Amarga”, que é uma das melhores músicas nacionais deste ano com uma enorme carga saudosista a todos os que já tiveram problemas ao sair à noite. E já ganhou.
Finalmente, e em jeito de ressaca de Paredes de Coura, temos “Currents”, de Tame Impala. “Currents” é um álbum pouco consistente a nível sonoro mas é provavelmente um dos álbuns com mais músicas sonantes de 2015. Olhe-se para “Let It Happen”, “The Moment”, “‘Cause I’m A Man”, “New Person Same Old Mistakes” e especialmente “The Less I Know The Better”. O psicadelismo de Lonerism tem vindo a ser empurrado para o lado, mas os Tame Impala estão a desenhar o seu caminho para serem mais uma banda que consegue ter sucesso comercial e artístico.
João Gonçalves