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Desafiar algoritmos traz boas alternativas para o cinema em casa

Escrito por Jornal O INTERIOR

Uma pesquisa mais ampla pode revelar novas e boas opções culturais. Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay

Produções cinematográficas têm passado por uma mutação histórica nos últimos anos com a popularização dos serviços de vídeo online sob demanda, também chamado de streaming.

Por um lado, o modelo de negócio da Netflix impôs inovações na distribuição dos filmes e séries, gerando debates sobre a longevidade e as adaptações necessárias das salas de cinema. Por outro lado, a empresa também tem apostado em produções próprias, tanto de filmes como de séries. A associação entre o lendário diretor Martin Scorsese e a produtora/distribuidora em O Irlandês é um dos melhores exemplos do interesse em inovar mantendo alta qualidade técnica.

A Netflix associa-se a produtoras parceiras locais em diversos pontos do mundo para a criação de conteúdo original. Embora o resultado dessas produções sejam, muitas vezes, expressões muito particulares e interessantes do lado criativo, nem sempre é possível ter acesso às mesmas de qualquer parte do planeta.

Os sistemas do serviço de streaming em questão impõem uma cerca geográfica sobre muitas produções. Isso torna-as inacessíveis a partir de alguns pontos do mundo e é um inconveniente que pode ser superado pelos clientes, embora muitos deles não o saibam.

Acesso remoto a novas produções

O método mais comum usado para superar os bloqueios impostos pela Netflix e aceder às produções originais de outras partes do mundo é o uso de uma VPN. Este tipo de aplicações é mais recorrente no universo empresarial, portanto é natural que muita gente ainda não saiba o que é uma VPN.

Trata-se de uma rede privada virtual (Virtual Private Network), que conecta o usuário à páginas da internet através de uma navegação segura, privada e anónima. Esquematicamente, podemos pensar na VPN como um túnel escuro e seguro, que cruza a internet pública. Esse túnel proíbe o acesso de agentes externos aos dados e à navegação de quem o utiliza.

Instalar uma aplicação VPN de confiança servirá também para proteger a navegação e os dados do internauta contra invasores em outros contextos. Neste caso, o dado mantido secreto será a localização.

Ao baixar uma VPN, é possível selecionar a localização do servidor em que se acede às páginas da internet. Portanto, se a intenção for explorar séries norte-americanas, por exemplo, convém escolher um servidor localizado nos EUA.

Limitações e alternativas

O bloqueio geográfico de muitas produções do catálogo da Netflix varia com a região. O motivo para que essa restrição exista é principalmente por questões ligadas ao direito de exibição das obras em diversos territórios.

A empresa defende a justiça dos bloqueios e veda o acesso à navegação de muitos clientes munidos de VPN, por perceber que esta é uma maneira de infringir as suas regras. Daí pode resultar o erro de código m711-1331-5059, exibido em alguns desses casos.

No entanto, nem todos os serviços de VPN são bloqueados pela empresa de streaming. No momento da contratação da sua aplicação de rede privada, saiba se a mesma permite fazer esse tipo de acesso – muitas das empresas de VPN têm nesse procedimento a sua maior propaganda.

Outra opção para variar o catálogo de filmes e séries de casa são outras opções de streaming. Felizmente, os serviços desse ramo têm se tornado cada vez mais comuns.

Embora a maioria deles ainda não tenha produções próprias à altura das da Netflix, muitos oferecem catálogos que preenchem lacunas de títulos relevantes:

  • Amazon Prime: a principal concorrente da Netflix, reúne um catálogo muito vasto e menos juvenil de filmes e séries, também a oferecer recomendações baseadas em algoritmos. Já conta com boas produções próprias, que, se não têm tanta diversidade local e cultural, aposta em parcerias com grandes diretores e elencos.

  • HBO GO: A prestigiosa empresa produtora de séries reúne a maioria das obras presentes no seu catálogo no formato sob demanda. Também conta com alguns longas-metragens. Porém, a navegação na aplicação pode melhorar.

  • Disney+: A “irmã mais nova” na praça do streaming reúne criações da Disney, Pixar, Marvel, National Geographic e a marca Star Wars. Duas das séries mais populares do momento pertencem a essa plataforma – O Mandaloriano e WandaVIsion.

  • MUBI: Essa plataforma apresenta filmes novos e clássicos de diversos países do mundo e aposta mais na qualidade do que na quantidade: versões restauradas, filmes de arte, documentários inusitados são filtrados por uma curadoria, em vez da recomendação por algoritmos.

A burla dos algoritmos

Além de procurar alternativas fora da Netflix, uma última opção para variar o “menu” cinematográfico doméstico é contornar as recomendações por algoritmo da plataforma. As três produções lusófonas a seguir podem

As filhas do fogo: Longa-metragem de 2019 sobre Vitalina Varela, uma cabo-verdense descobre a vida secreta do marido, seguindo os rastros que ele deixou por Lisboa.

Diamantino: A história do astro ficcional de futebol Diamantino, que se vê envolvido numa conspiração insólita depois de uma baixa na sua carreira. Além da história curiosa, traz aspectos visuais coloridos e muito criativos.

Bom dia, Verônica: Série policial produzida no Brasil. Acompanha uma escrivã da polícia que recebe uma ligação anónima que muda a sua vida, sendo levada para dentro da investigação de um obscuro suicídio.

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