Sociedade

Centro Cultural comemorou 61 anos com homenagem a Manuel Fernandes Lopes

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Escrito por Carlos Gomes

Antigo dirigente, falecido no passado dia 21 de setembro, tem, a partir de agora, uma sala com o seu nome na sede da coletividade da Guarda

Manuel Fernandes Lopes, antigo colaborador e dirigente durante 33 anos do Centro Cultural da Guarda (CCG), foi homenageado no sábado, durante a comemoração do 61º aniversário da coletividade.
Falecido a 21 de setembro deste ano, o associado viu o seu nome ser dado a uma sala na sede da instituição, gesto que Bernardete Fernandes, viúva do homenageado, agradeceu a quem reconheceu a «dedicação do meu marido, durante muitos anos, às várias valências do Centro Cultural, que não se cansava de enaltecer». A esposa admitiu ainda que, «sem esse afeto pelo Centro, a sua vida teria sido diferente e mais monótona. A sua atividade em prol desta instituição era, para ele, de plena satisfação ao permitir-lhe obter, manter e desenvolver novas amizades. Todos reconheciam o seu caráter afável». Também o percurso de Rosa Nunes – mais conhecida por Rosinha, fundadora do Conjunto Rosinha – foi reconhecido pela direção do CCG. Brindada com um forte aplauso, a homenageada agradeceu «principalmente, e sem desprimor para ninguém, aos meus colegas do folclore que sempre me acompanharam, somos uma família».
“Pela Guarda, pela Arte e pela Cultura” foi sob o seu lema que a coletividade assinalou 61 anos de existência. No seu discurso, o presidente da direção, Albino Bárbara, deixou alguns recados, nomeadamente sobre a falta de apoios ao associativismo. «Por vezes, recebemos com uma mão mas temos de dar com a outra. Quando fazemos aquelas contas do chamado livro de merceeiro do deve e haver, reparamos que o associativismo está mesmo em fim de vida. Salvemos o associativismo», apelou. O dirigente salientou também que «muitas vezes chegamos à Guarda às 5 ou 6 horas da manhã e poucas horas depois temos de viajar praticamente para a mesma região para voltarmos a atuar. Fazemos estas viagens de ida e volta porque não temos dinheiro para pernoitar perto desse local e temos de pagar o transporte».
Albino Bárbara acrescentou que «é o bichinho do associativismo» que leva a este esforço e dedicação. «O poder político tem de perceber e apoiar mais o associativismo», sublinhou o presidente do Centro Cultural, que apontou como uma das principais dificuldades o financiamento para «a contratação de técnicos em diferentes áreas porque não há dinheiro para isso». O responsável apelou ainda à «elaboração de um programa de ação para levar o barco a bom porto». Para o presidente da Câmara da Guarda, o Centro Cultural tem sido «o berço» de muitos dos talentos, artistas e músicos locais. «Queremos fortalecer o Centro Cultural da Guarda, não apenas como um espaço de preservação cultural, mas também como local onde haja a oportunidade de inovar, permitindo que a próxima geração de guardenses tenha as mesmas oportunidades para expressar e desenvolver a nossa cultura e a sua criatividade individual», afirmou o autarca, dizendo que os cidadãos e as instituições da cidade devem continuar a apoiar a coletividade «não apenas como um local de encontro e aprendizagem, mas como um centro vibrante da nossa cultura local».
O Centro Cultural da Guarda nasceu a 17 de novembro de 1962, foi reconhecido como entidade de utilidade pública e com estatutos aprovados por despacho ministerial a 29 de janeiro de 1963. A comemoração do 61º aniversário contou com dezenas de colaboradores e amigos que quiseram associar-se à efeméride.

Carlos Gomes

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