Sociedade

Sede do CEIS foi comprada por 700 mil euros

Ceis
Escrito por Jornal O Interior

Conselho de Administração adianta que instalações na Avenida Rainha D. Amélia foram adquiridas «por necessidade» para resolver falta de espaço para a sua atividade

O Conselho de Administração (CA) do Centro para a Economia e Inovação Social (CEIS) desmente que as instalações adquiridas na Avenida Rainha D. Amélia, na Guarda, tenham custado 1,2 milhões de euros, tendo o negócio sido concretizado por 700 mil euros.
Pedro Pinto, presidente do CA, garante que o espaço foi comprado «por necessidade» dada a exiguidade das atuais instalações do Centro, que conta atualmente com 14 funcionários, número que aumentará para 30 até 2025. «Não temos espaço para quem lá está a trabalhar, nem para fazer qualquer tipo de formação presencial ou para reuniões», garante o responsável, que disse ter sido com «enorme desagrado, indignação e revolta» que leu as notícias referentes à aquisição da sede porque continham «informações incorretas e imprecisas». Pedro Pinto acrescenta que o CEIS começou por contactar organismos públicos locais, como a Câmara da Guarda – cujo presidente faz parte do CA, para a cedência de um imóvel ou terreno, mas «como não havia nenhum para cumprir os requisitos que estavam em cima da mesa avançou-se para uma consulta ao mercado».
«Solicitámos autorização a Miguel Fontes, então secretário de Estado do Trabalho, para fazermos essa consulta, várias imobiliárias enviaram-nos algumas propostas que analisamos do ponto de vista financeiro e das instalações. Houve uma que se destacava por ser um imóvel com excelentes condições, totalmente equipado e pronto a funcionar, não sendo necessário qualquer tipo de obra», adianta Pedro Pinto. O valor pedido era de 900 mil euros, mas o CA do CEIS apresentou uma contraproposta de 700 mil euros, que foi aceite. «Não sei de onde vieram os 1,2 milhões de euros, penso que terá sido uma publicação da imobiliária no início», acrescenta Pedro Pinto, revelando que «o vendedor nunca soube que o comprador era uma entidade pública».
O responsável considera, por isso, que o processo decorreu dentro da legalidade e explica o negócio ponto por ponto: «No dia 15 de janeiro foi pedida uma avaliação do imóvel, no dia 29 desse mês o CA reuniu com outros responsáveis do IEFP e visitamos o espaço. Em fevereiro foi solicitada uma avaliação externa que atribuiu ao imóvel o valor de 1,3 milhões de euros. No dia 11 de março, a tal controvérsia toda por causa das eleições, foi aprovada por unanimidade a compra do espaço. No dia 26 de março foi celebrado o contrato promessa de compra e venda e a escritura foi feita no dia 30 de abril e o imóvel já é do CEIS pelo valor de 700 mil euros», conclui, dizendo também que o PS «nada teve a ver com esta decisão, tal como já foi desmentido pela Federação».
Pedro Pinto reitera que este foi «um bom negócio para o CEIS e para a Guarda, porque vamos ter aqui de uma forma definitiva a instalação deste Centro de abrangência ibérica e vamos ter o espaço para conseguirmos alcançar a nossa missão, que é bastante ambiciosa para o nosso território, Portugal e Espanha». O presidente do Conselho de Administração do Centro para a Economia e Inovação Social faz questão de esclarecer que não tem «qualquer vencimento, tal como os restantes elementos do CA, que apenas auferem senhas de presença». Recorda também que este organismo foi criado em abril de 2023 e «em muito pouco tempo já é altamente reconhecido entre os centros protocolares do IEFP e em Espanha. A dimensão com que trabalha é muito grande». Lamenta, por isso, que se tente, «mais uma vez, enxovalhar a Guarda e colocar em causa o trabalho das pessoas», lamenta Pedro Pinto.

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