A Trienal Internacional de Design da Covilhã tem abertas candidaturas para seis residências artísticas em três fábricas da região com o objetivo de utilizar o design nos processos de fabrico em contexto industrial.
O desafio para participarem numa iniciativa «de caráter criativo e com forte pendor técnico» é lançado a designers profissionais e os resultados serão apresentados durante a Trienal Internacional de Design da Covilhã, que se realiza entre 21 de março e 21 de junho. As candidaturas estão abertas até 10 de fevereiro e podem ser feitas na página oficial da Trienal, uma das concretizações no âmbito do Plano de Ação da Covilhã Cidade Criativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) na área do Design.
A Câmara da Covilhã, em comunicado enviado a O INTERIOR, adianta que as residências vão ter lugar na Transformadora e na J. Gomes, na Covilhã, e na Burel Factory, em Manteigas. «Estas residências têm como objetivo utilizar matérias-primas e processos de fabrico em contexto industrial e como parte de um processo criativo onde o design é a disciplina propulsora», refere a autarquia na mesma nota. Cada artista vai trabalhar com esse propósito durante quatro semanas, entre 14 de março e 14 de abril.
Na Transformadora uma criação vai tirar partido do trabalho de tinturaria com pigmentos de origem natural e a outra vai focar-se na ultimação e acabamentos, nomeadamente feltragem, levantamento de pelo, corte por tesouras ou outro. Na J. Gomes, empresa que reaproveita os desperdícios têxteis para fazer fio reciclado, é pedido que se crie um projeto de sensibilização comunitária de recolha de têxteis para a reciclagem no pós-consumo, enquanto na outra residência se pede um trabalho de exploração dos requisitos específicos do design de vestuário para a reciclagem.
Já os artistas que vão trabalhar na Burel Factory terão uma intervenção que incidirá em design têxtil, através da fiação e tecelagem, e em design moda, procurando desenvolver peças de vestuário ou acessórios.