A infeção causada pelo Vírus do Herpes Simples provoca o aparecimento recorrente de pequenas bolhas ou vesiculas, dolorosas e cheias de líquido na pele, boca, lábios (herpes labial), olhos ou órgãos genitais (herpes genital).
É uma infeção bastante comum!
Um estudo indicou que a sua prevalência, responsável principalmente pelo herpes labial, era de 66,6% na população mundial entre 0 e 49 anos.
Depois da primeira infeção (primária), o Herpes Simples permanece inativo (dormente ou latente) no interior das células nervosas durante toda a vida, nunca desaparecendo completamente. Periodicamente, o vírus é reativado, começando novamente a multiplicar-se e viajando pelas fibras nervosas de volta à pele, provocando os mesmos sintomas.
A reativação de uma infeção latente oral ou genital pode ser desencadeada por:
Febre
Stress
Supressão do sistema imunitário (devido à toma de alguns medicamentos ou doenças)
Trauma físico (ex.: extração dentária)
Exposição excessiva dos lábios à luz solar
Os tratamentos antivíricos atuais não erradicam a infeção provocada, mas ajudam ao desaparecimento mais rápido dos sintomas. O uso de pomadas ou pensos com aciclovir ou valaciclovir são alguns exemplos de medicação que aliviam a sintomatologia. O tratamento revela-se mais eficaz quando iniciado de preferência ao primeiro sinal de infeção, caracterizado por formigueiro ou desconforto, antes mesmo de surgirem as bolhas.
No entanto, a toma da medicação antiviral não impede que pessoas infetadas possam transmitir a infeção. Dado que a infeção pelo Vírus do Herpes é contagiosa, através do contacto direto ou de saliva, as pessoas com herpes labial devem evitar beijar outras pessoas quando a infeção estiver ativa e até que a úlcera esteja totalmente curada. Não devem partilhar copos ou outros objetos pessoais, como batons ou talheres, e devem evitar tocar nos lábios.
As pessoas com herpes genital devem usar sempre preservativos. Mesmo sem bolhas visíveis e sem sintomas, o vírus pode estar presente nos órgãos genitais e contagiar os parceiros sexuais.
Em caso de dúvida fale com o seu médico de família sobre a melhor medicação a utilizar e quais as medidas preventivas a tomar!
* Médica interna de formação especializada em Medicina Geral e Familiar na USF “A Ribeirinha”, na Guarda
NR: A rubrica “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da ULS da Guarda e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda. O objetivo desta coluna mensal é capacitar a comunidade a fazer parte integrante do seu processo de saúde/doença, motivando-a para comportamentos de vida saudáveis e decisões adequadas. Para tal, são escolhidos temas pertinentes que serão apresentados por ordem alfabética.