Diariamente e por um processo fisiológico, sem darmos conta, pode chegar à centena o número de fios de cabelo que cai a cada um de nós, apesar da higiene regular do cabelo e do uso de produtos adequados.
Por contraste com este ciclo de queda e regeneração absolutamente normal, o problema começa quando nos apercebemos de uma queda excessiva do cabelo que deixa marcas visíveis na aparência, com uma consequente componente emocional forte. A alopecia, vulgar queda de cabelo, é um problema frequente que afeta tanto homens como mulheres. Pode constituir uma doença por si só ou ser manifestação de uma outra qualquer. Existem diversos tipos de alopecia. A mais comum é a androgenética, a conhecida calvície associada ao envelhecimento, com uma componente hereditária pesada. No homem é marcada pelas famosas “entradas” na fronte e na mulher é mais frequente no topo da cabeça, em “coroa”. Outro tipo, a alopecia areata, está muitas vezes associada a doenças autoimunes, originando “peladas”. Para terminar, destacar também a alopecia traumática, muitas vezes associada a doenças como as infeções fúngicas. Para além das causas acima enunciadas várias outras se destacam: doenças da tiroide; a depressão, a ansiedade e o stress crónico; uma alimentação deficitária em vitaminas e nutrientes (proteínas, ferro, biotina e zinco); a anemia; o tabagismo; a síndrome do ovário poliquístico e ainda como efeito secundário de várias medicações, como por exemplo a quimioterapia.
Em função da causa da alopecia, da qual suspeitamos após um minucioso inquérito ao doente e um consequente exame objetivo, optamos pelo tratamento. Dispomos de tratamentos orais, tópicos e em última instância cirúrgicos, com os transplantes capilares. De referir que qualquer um dos tratamentos requer uma grande dose de resiliência por parte do doente, pois na sua grande maioria são morosos, prolongados e muitas vezes pouco eficazes.
* Interna de Medicina Geral e Familiar na USF “A Ribeirinha”, tendo como orientador o dr. Rui Gonçalves
N.R.: A rubrica mensal “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da USF “A Ribeirinha” e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda.
Totalmente verdade….mas não custa tentar com bastante paciência….