Nesta já longa história de O INTERIOR, em tempo medido e em memórias, entrecruzam-se factos, histórias e pessoas. E sobrepõem-se percursos, de vida pública, de trajecto político e de afectos, que são a base das relações pessoais.
Prefiro agora valorizar as pessoas. Um projecto como este só pode ser o resultado de um corpo coeso e dedicado. Em primeiro lugar depende obviamente de quem o dirige. E estes anos de afirmação e superação só podem reflectir uma direção firme e perseverante. Nem sempre tenho estado de acordo com as opiniões expressas pelo director nos seus editoriais, o que é, aliás, irrelevante. O seu crédito, todavia, não são apenas os pontos de vista; muito antes disso, pode reclamar, em exclusividade, haver cogitado e ter conseguido traduzir em letra de forma o projecto do jornal. Foi e é uma história de sucesso, de permanente renovação e superação.
Depois O INTERIOR conta com a excelência e o profissionalismo do chefe de redacção, Luís Martins. Dele, ocorre-me de imediato a história antiga de uma tarde gelada de dezembro ou janeiro, em que o encontrei, acompanhado do actual vereador Victor Amaral, então também ligado às lides jornalísticas, atolados e desanimados, num caminho de terra, bem no coração da Serra da Estrela. E não fora o grupo de motards, de que eu fazia parte, casualmente passar por ali, e os ilustres profissionais podiam contar com uma pernoita de graus negativos no esplendor nocturno da Serra!
Desfilando as relações pessoais, lembro a irradiante e simpática Joana Santos, do departamento comercial; e a âncora que foi e é o Jorge Coragem, que, na sua discrição, é essencial à construção quotidiana do jornal.
Depois, alguns que, girando em torno do projecto, dão substância, com a sua visão e a opinião fundamentada: da perspectiva inteligente do amigo António Ferreira ao humor hábil de Nuno Amaral Jerónimo. De todos, há ainda uma outra pedra angular. Suponho que o jornal, tal como o conhecemos, não seria o mesmo sem o brilho e o bom gosto do Maurício Vieira, que criou e acompanhou o projecto gráfico. Para ele, porém, O INTERIOR reserva um espaço já icónico: o das caricaturas. Creio que o traço roça a genialidade e o acervo de desenhos consubstancia uma obra que perdurará para além do tempo!
Quanto à qualidade jornalística e opinativa do jornal, poupo nas palavras: em 20 anos não seria necessário recorrer a qualquer outro meio de comunicação, local ou regional, para estarmos bem informados! Comigo foi assim em 20 anos. Será assim, para a Guarda, por mais 20! Parabéns!
* Antigo vereador do PSD na Câmara da Guarda