Um tipo sai do país uns dias, e de repente, morreu a rainha de Inglaterra, as taxas de juro dispararam e o Sporting começou a ganhar. Quando um amigo de esquerda me enviou um artigo do “Washington Post”, fiquei com medo de ter apanhado um vôo para a quinta dimensão.
Felizmente, na segunda-feira à noite tive oportunidade de ouvir o nosso primeiro-ministro, e perceber que continua a aldrabar-nos com truques de prestidigitação orçamental. Fiquei mais tranquilo, afinal o mundo não mudou assim tanto.
Nas ruas de Vilnius, vêem-se bandeiras da Ucrânia em todos os edifícios públicos. No palácio presidencial, na câmara municipal, nas universidades, até em fábricas e centros comerciais. Pelos vistos, por aqui continua bem viva a memória da ocupação soviética e dos tanques enviados pelo Kremlin de Gorbachev em Janeiro de 1991, para evitar a restauração da independência, dez meses depois da sua proclamação. A Rússia, seja na forma imperial ou na sua mutação soviética, não deixou muitos amigos por onde passou.
Tenho a ligeira impressão que se deixassem a Bielorrússia ser uma democracia com liberdade de expressão e ver-se-ia a amizade com os russos seguir o mesmo caminho dos Bálticos e da Ucrânia.
* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia