A minha cidade tem potencialidades imensas que as circunstâncias, que os poderes eleitos, centrais e regionais, que a partidarite e os interesses pessoais, insistem em não querer ver.
Qual a razão para a perda sistemática de interesse em mexer com terras do interior como a Guarda? Em primeiro lugar, temos cada vez menos eleitores, o que condiciona a tomada de decisões. Em segundo, as leis contemplam as necessidades das populações em função dos números. Em terceiro, a fixação de empresas é dificultada e apenas lembrada em períodos eleitorais ou de conveniência nem sempre clara.
Esta cidade tem 821 anos de História e de estórias para contar e para mostrar a quem nos visita. Insisto em algumas ideias:
1 – Trazer para o centro histórico as coletividades dispersas, teatro, música, artes;
2 – Iniciar definitivamente a recuperação de edifícios na Praça Velha e fomentar e incentivar a recuperação de áreas degradadas do casco antigo;
4 – Criar o conceito de cidade climática e o museu do Sanatório associado a turismo com características históricas e visitas guiadas;
5 – Estimular e apoiar associações ligadas a percursos e roteiros de interesse, ambiental, artístico, culinário e histórico;
6 – Promover o debate sério sobre as alterações no urbanismo e arquitetura da cidade;
7 – Insistir na procura do investimento empresarial e na manutenção do já existente;
8 – Reinventar a famosa comunidade intermunicipal, criando um verdadeiro núcleo de interesses comuns entre municípios, não uma câmara de políticos senadores em comissão de serviço. Só a verdadeira união de esforços poderá conseguir atenção do poder central para políticas de fundo;
9 – Valorizar e promover artistas, escritores, atores, músicos locais. O recurso à “importação” de cultura sem a criação da mesma torna-nos dependentes;
10 – E por último e talvez mais difícil. Procurar pôr acima das vitórias ou derrotas partidárias os interesses da cidade.
821 anos depois do foral, a Guarda já não tem como finalidade ser bastião de defesa, seria bom que se ampliasse a sua função como porta de entrada com História, pois é isso que nos identifica como povo.
Professor e artista plástico