Cultura

Testemunhos a propósito do falecimento de Eduardo Lourenço

Escrito por Jornal O INTERIOR

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

«É o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público. Devemos-lhe algumas das leituras mais decisivas de Pessoa, que marcam um antes e um depois, e um envolvimento, muitas vezes heterodoxo, nas questões religiosas, filosóficas e ideológicas contemporâneas, do existencialismo ao cristianismo conciliar e à Revolução. Entre todos os intelectuais portugueses da sua envergadura, nenhum outro foi tão alheio à altivez, à autossatisfação, ao desdém intelectual, ao desinteresse pelas gerações seguintes»

António Costa, Primeiro-ministro

«É, para mim em particular, um momento de grande tristeza. Trata-se de um amigo, um camarada, de alguém com quem tive a oportunidade de privar, de aprender muito, e que nos deixa. Este momento é também um convite a conhecer a obra de Eduardo Lourenço e de prosseguir a reflexão que o ensaísta deixa. Seguramente seria a sua vontade».

Graça Fonseca, Ministra da Cultura

«Não posso deixar de lamentar profundamente a morte de Eduardo Lourenço, uma das mentes mais brilhantes deste país. Foi um pensador, arguto e sensível como poucos, e incansável combatente do caos dos dias».

Jorge Sampaio, Ex-presidente da República

«É com grande emoção que recordo o pensador das profundidades do ser e da existência, o cultor insigne das letras, das artes e da cultura, um grande humanista da contemporaneidade, para quem ser português era indissociável do ser europeu e vice-versa. Eduardo Lourenço foi, é e será sempre uma das maiores referências da cultura portuguesa, quer pela sua extensa obra, quer pela [sua] inesgotável profundidade e originalidade».

Isabel Mota, Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian

«Pensador de espírito livre e olhar profundo, aberto e sempre diferente sobre as questões, o professor Eduardo Lourenço, colaborador de longa data e administrador não executivo da Fundação entre 2002 e 2012, deu, ao longo dos anos, um importante contributo na forma de se pensar o destino português. Destacou-se pela sua imensa cultura, alavancada por uma enorme sede de conhecimento e interesse pelo sentido das coisas, o seu amor pela História, o seu discreto sentido de humor».

Carlos Chaves Monteiro, Presidente da Câmara da Guarda

«Enquanto presidente da Câmara Municipal da Guarda, na convicção de que interpreto, fielmente, o sentimento de todos os guardenses, determino o cumprimento de um dia de Luto Municipal, gesto que simbolicamente visa enaltecer um dos ilustres nomes da nossa cidade».

Centro de Estudos Ibéricos

«O CEI lamenta a perda do seu diretor honorífico e endereça sentidas condolências à família, perpetuando a memória deste intérprete maior da cultura ibérica e universal que marca o século XX português»

Carlos Reis, Vencedor do Prémio Eduardo Lourenço em 2019

«Acerca do desaparecimento de Eduardo Lourenço e das reações que ele tem motivado, a minha primeira reação é esta: não institucionalizemos Eduardo Lourenço. Lembremos a sua obra, a sua pessoa e a sua constante intervenção na nossa vida pública, mas não façamos dele a figura sacralizada que ele não quereria ser. Com a sua morte, desaparece alguém que viveu tempos e mudanças históricas drásticas que ele ajudou a interpretar, com o seu pensamento e constante disponibilidade para o enunciar».

Amílcar Falcão, Reitor da Universidade de Coimbra

«Mais do que uma perda para a Universidade ou para a Academia, é uma perda para Portugal e para a Humanidade. Eduardo Lourenço [que doou parte do seu espólio bibliográfico de Filosofia e História das Ideias e da Cultura à Faculdade de Letras em 2011] foi uma voz única do pensamento português, pensador livre e cultor de excelência da língua portuguesa que, certamente, vai continuar a ouvir-se através da vastíssima obra que nos deixa».

Sobre o autor

Jornal O INTERIOR

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