A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã desta quarta-feira em Londres, aos 87 anos, disse à agência Lusa fonte próxima da família.
Expoente máximo da pintura contemporânea portuguesa, a artista estava radicada a capital britânica desde a década de 70 do século passado. Em 2018, a Guarda teve o privilégio de receber uma exposição original da pintora, que foi vista por mais de 9.000 pessoas no museu da cidade. Intitulada “As Infâncias Perduráveis | The enduring childhoods”, a mostra/homenagem foi um dos destaques da terceira edição do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea (SIAC) da Guarda desse ano e teve curadoria do falecido João Mendes Rosa.
A exposição foi inaugurada a 8 de junho e devia encerrar a 31 de julho, mas o sucesso foi de tal ordem que foi prolongada até final de setembro. “As Infâncias Perduráveis | The enduring childhoods” reunia obras da Casa das Histórias Paula Rego, do Centro de Arte Manuel de Brito (CAMB) e da Fundação de Serralves. Na altura, a propósito desta exposição, Paula Rego – que não veio à Guarda – escreveu ter sido «verdadeiramente um enorme prazer ter sido escolhida [para o SIAC]; fiquei muito comovida».
Nascida a 26 e janeiro de 1955, em Lisboa, Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais. Foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner (1989) e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (2013), além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes. Em 2019 recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.