Cara a Cara

«O projeto que os órgãos sociais assumiram há cinco meses não está em causa»

Fábio Pinto
Escrito por Efigénia Marques

P – É o novo presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Egitanienses. Ficou surpreendido com a demissão de Luís Costa Gomes passados cinco meses da eleição dos novos órgãos sociais?
R – Naturalmente, não posso deixar de testemunhar que toda a direção foi apanhada de surpresa com a decisão. Contudo, apesar de acreditar que foi uma decisão devidamente ponderada, é uma situação que se encontra prevista e devidamente balizada à luz dos estatutos desta Associação Humanitária, através dos quais foi colmatada, assegurando que não coloca em causa o projeto que os órgãos sociais assumiram há cinco meses, e cuja missão muito me honra e privilegia servir.

P – A saída acontece na sequência da escolha do novo comandante. Houve divergências na direção?
R – Não acontece na sequência da escolha do novo comandante, até porque o processo foi ainda conduzido pelo anterior presidente da direção. Relativamente à motivação e circunstâncias em causa, apenas o próprio as pode justificar. No entanto, cumpre-me transmitir um reconhecimento e agradecimento a Luís Costa Gomes pela disponibilidade e pelos contributos que sempre procurou conceder à Associação, desde há largos anos e sempre em prol da causa humanitária. O que posso assegurar é que a atual direção se encontra totalmente focada no futuro da Associação Humanitária e no trabalho que tem pela frente. No que se refere ao comandante nomeado, o oficial Marco Lucas é, no entender unânime de toda a direção, a pessoa mais habilitada para o cargo e, por esse motivo, foi convidado a assumi-lo.

P – Quais são as suas prioridades para o mandato?
R – A direção, absolutamente motivada e plenamente capacitada, através de um trabalho em equipa e assente num modelo de pelouros, já está a trabalhar, em conjunto com o comandante nomeado, para que, assegurando a estabilidade necessária, se possam concretizar os objetivos traçados para este mandato. A gestão organizacional é uma prioridade para a melhoria do funcionamento da Associação e enquanto caminho para a otimização de recursos e ganhos de eficácia, no sentido de permitir a prestação de mais e melhores serviços à comunidade e de fomentar uma maior proximidade entre a direção e o corpo de bombeiros, valorizando todos os recursos humanos.
Procuraremos também diligenciar no sentido de assegurar maiores recursos económicos e de melhorar a situação financeira da Associação, garantindo liquidez e a viabilidade financeira, diversificando as fontes de financiamento e assegurando a sustentabilidade financeira enquanto padrão da nossa gestão.
Paralelamente, ao nível dos equipamentos, da frota de veículos e das instalações, trabalharemos para garantir a sua melhoria, avaliando, reparando, adquirindo, modernizando e melhorando, sempre que possível, todos os meios que estão ao dispor dos Bombeiros Egitanienses e que são tão fundamentais para a concretização da sua importantíssima missão, em segurança e com eficácia. É também essencial assegurar a promoção de atividades de interação com a comunidade, aproximando os cidadãos ao quartel e sensibilizando-os para a missão dos bombeiros e valorizar os canais de comunicação entre a Associação, autarquias, associações e tecido económico guardense. Por último, procuraremos promover a concretização das comemorações do 150º aniversário da Associação Humanitária, envolvendo toda a comunidade, e promovendo um conjunto de atividades que honre a história dos bombeiros na Guarda.

P – E qual vai ser a primeira medida que vai tomar?
R – Considerando que já existiam alguns projetos em fase de desenvolvimento, a primeira medida levada a cabo pela direção, após a nova composição, foi a de operacionalizar as comemorações do Dia Mundial da Criança com múltiplas atividades e que resultou na visita de algumas centenas de crianças e demais cidadãos ao quartel. Com um espaço de tempo apertado e muito esforço conjunto dos órgãos sociais e do corpo de bombeiros, conseguimos organizar o primeiro evento aberto à comunidade, marcando uma abordagem que pretendemos que seja uma das nossas imagens de marca: a proximidade.

P – Como está atualmente a Associação Humanitária em termos financeiros e de meios?
R – Nestes campos, a Direção da Associação encontra-se comprometida com um modelo assente no controlo de despesas, priorizando a liquidação das dívidas existentes. Procuramos limitar as despesas ao necessário, não descurando as necessidades que resultam da missão do nosso corpo de bombeiros e não abdicando de solicitar o imprescindível apoio e contributo da comunidade, particularmente às empresas e particulares. Garantir a estabilidade financeira da Associação para cumprir com as obrigações salariais, entre outras, é uma prioridade da direção, assegurando, com responsabilidade, a missão de gerir com rigor e foco no trabalho fundamental que, diariamente, é desempenhado pelos bombeiros e trabalhadores da Associação, e na causa humanitária que toda a comunidade nos merece.

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FÁBIO PINTO

Presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Egitanienses

Idade: 35 anos

Profissão: Fisioterapeuta/ Gestor de projetos

Naturalidade: Guarda

Currículo (resumido): Licenciado em Fisioterapia e Pós-Graduado em Economia Social e Solidária pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa; Fisioterapeuta e atual gestor de projetos do Plano de Ação para o Envelhecimento Ativo e Saudável; Dirigente associativo em diversas coletividades, com diferentes âmbitos, e dirigente político no plano nacional, regional e local; Foi assessor parlamentar na Assembleia da República e integrou gabinetes de membros do Governo nos XXII e XXIII Governos; É membro da Assembleia de Freguesia da Guarda desde 2016, e comentador na Rádio Altitude desde 2018.

Livro preferido: “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queiroz

Filme preferido: “House of Cards”

Hobbies: Turismo, História, natureza e leitura

Sobre o autor

Efigénia Marques

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