Cara a Cara

«Homenageamos Virgílio Mendes Ardérius pelos vastos serviços prestados à comunidade»

Carlos Figueiredo Ramos
Escrito por Efigénia Marques
P – O Rotary Club da Guarda vai homenagear Virgílio Mendes Ardérius, a que se deve esta escolha? R – Como tem sido apanágio ao longo dos anos, o Rotary Club da Guarda homenageia profissionais da nossa comunidade como forma de exaltar o seu mérito, esforço e dedicação e também agradecer os serviços prestados à comunidade. Sendo o Rotary um movimento de profissionais, é imperioso que se valorize e homenageie aqueles que se destacam. Destacar um profissional em Rotary não é só uma forma de agradecimento, mas também de inspirar outros a seguirem um percurso de realizações pessoais e profissionais. P – O último homenageado presencialmente foi José Relva, em 2020, e sob a forma online foi Pedro Pinto, em 2021. Ao fim de dois anos qual é a expectativa para este evento? R – Na sua essência, os objetivos declarados do movimento rotário são o desenvolvimento do companheirismo como elemento capaz de proporcionar oportunidades de servir, o reconhecimento do mérito de toda a ocupação útil e a difusão das normas da ética profissional, bem como a melhoria da comunidade pela conduta exemplar de cada um na vida pública e privada. Este ano homenageamos o Dr. Virgílio Mendes Ardérius, a 9 de abril, pelos vastos serviços prestados à comunidade, pela sua impar capacidade de iniciativa e visão estratégica, a sua inteligente forma de planear e gerir, a sua constante procura de sinergias na cooperação, o seu sentido para o aproveitamento de oportunidades relevantes e criadoras de mudanças úteis e duradouras na comunidade, o seu particular sentido de solidariedade. O Rotary Club da Guarda identifica estas práticas do homenageado com os princípios do Movimento Rotário Internacional e como um exemplo para a comunidade, pretendendo incentivar comportamentos positivos de honestidade, responsabilidade, justiça, integridade, respeito e sentido cívico, cumprindo assim mais uma das nossas missões. Aplica-se aqui e para os anteriores homenageados o lema deste ano rotário, que é “Servir para Transformar Vidas”. P – O que faz o Rotary Club da Guarda e o que tem feito ao longo deste ano? R – O movimento rotário internacional tem como desafios diários a defesa da paz (através da prevenção e mediação de conflitos), a luta contra o analfabetismo e a pobreza, a ajuda ao acesso da água limpa e saneamento para um número cada vez maior de pessoas e o combate de doenças (a erradicação da poliomielite é um exemplo e o seu combate a nossa principal causa a nível global). A mais nova e fundamental causa é proteger o nosso planeta e os seus recursos naturais. A nível local, realizamos todos os anos o Natal Sénior Solidário para proporcionar a muitos idosos uma quadra natalícia que de outro modo não teriam, a homenagem a um profissional de referência da comunidade, conferências com temas da atualidade em parceria com associações empresariais e profissionais abertas ao público, bolsas de estudo, entre muitas outras ações. Atualmente, a nossa ação mais urgente consiste em fornecer comida, água, equipamentos médicos, abrigos e apoio às vítimas da crise na Ucrânia. P – Quais os efeitos que a pandemia e a guerra têm no trabalho do Rotary Club da Guarda? R – O movimento rotário tem mais de 100 anos, ultrapassou duas guerras mundiais e ajudou a criar a Organização das Nações Unidas (entre outros), adaptando-se e sempre ao serviço da comunidade. O Rotary Club da Guarda faz parte deste movimento, que pretende ter profissionais ao serviço da sociedade, procurando fazer o bem e proporcionar o bem-estar da comunidade. Os rotários servem as pessoas e ajuda a transformar as suas vidas, daí o lema deste ano rotário ser “Servir para Transformar Vidas”. À medida que servimos, não transformamos apenas a vida dos outros; a nossa vida também se transforma. Acreditamos que os esforços pessoais são importantes, mas os esforços conjuntos servem a todos. Acreditamos que os valores de Rotary podem ser uma excelente base para o futuro da humanidade. Quer a pandemia, quer o desenrolar da guerra a que temos assistido, fez com que nos adaptemos às atuais circunstâncias. Na ajuda aos profissionais da saúde e às IPSS do distrito da Guarda (no fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual) e noutras regiões do mundo mais carenciadas (compra de vacinas e sua monitorização). Quanto à ajuda aos refugiados da guerra, ela é feita sempre com o objetivo do seu acolhimento e integração, em cooperação com outras instituições locais e nacionais. Para este fim, o movimento rotário em Portugal tem um protocolo com a PAR (Plataforma de Apoio ao Refugiado) para ajudar na procura e cedência de habitações, de emprego e na disponibilidade de voluntários para acolher e integrar os refugiados. P – Quais são os principais projetos que o Rotary Club de Guarda vai realizar neste mandato? R – Não é por haver mudanças no órgão diretivo, a que neste momento tenho a honra de presidir, que se muda radicalmente a política de atividades do clube. Claro que poderá haver um cunho pessoal, mas as atividades são decididas e implementadas com a ajuda dos companheiros, sendo que todas as iniciativas obedecem aos princípios que nos direcionam. P – Como está o Rotary Club da Guarda a nível de associados? R – É fundamental que haja o aumento do quadro social para que continue dinâmico e ao serviço da comunidade. Neste momento, o Rotary Club da Guarda é constituído por 23 rotários. O nosso objetivo é de crescer mais em número, porque acreditamos que com mais também fazemos muito mais. _________________________________________________________________________

CARLOS FIGUEIREDO RAMOS

Idade: 59anos Naturalidade: Moçambique Profissão: Docente do ensino superior no Instituto Politécnico da Guarda, na área de Engenharia de Energia e Ambiente Currículo (resumido): Licenciado e mestre pela Universidade de Coimbra em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, respetivamente; Prestes a concluir provas de doutoramento na Universidade da Beira Interior em Engenharia e Gestão Industrial; Investigador no Centro de Investigação em Sistemas Eletromecatrónicos; Membro da administração de instituições em áreas de energia, ambiente e solidariedade social. Filme preferido: “Les Uns et les Autres (Uns e os Outros)” Livro preferido: Livros que tenham a ver com a história da humanidade e dos povos, entre outros Hobbies: Ler e viajar

Sobre o autor

Efigénia Marques

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