Cara a Cara

«Estamos sempre a tempo de fazer esta experiência de vida e fé que é a JMJ»

Whatsapp Image 2023 08 15 At 18.37.04
Escrito por Efigénia Marques

P – Participou em seis edições da Jornada Mundial da Juventude. Onde foi? E qual a melhor recordação que guarda destas experiências? E a pior?
R – A minha ligação às Jornadas Mundiais da Juventude começou em 1989, quando participei na JMJ de Santiago de Compostela e este ano estive envolvida na minha sexta JMJ em Lisboa. Pelo meio participei em quatro encontros – JMJ Paris (1997), JMJ Roma (2000), JMJ Colónia (2005) e JMJ Madrid (2011). As Jornadas têm sido momentos marcantes na minha vida, tendo todas elas deixado recordações fortes no meu íntimo. Como boas recordações, guardo todas as pessoas que fui conhecendo, algumas das minhas atuais amizades nasceram com as Jornadas e inclusivamente conheci o meu marido na JMJ de Roma. Guardo momentos de partilha, de comunhão, de oração e também de desilusão, como foi o termos de tomar banho na rua, todos juntos e sem nenhuma privacidade, o que aconteceu nas JMJ de Roma.

P – Os Dias na Diocese antecederam a Jornada Mundial da Juventude. A Susana Aguilar tem dito que estes dias no concelho guardense foram especiais. Que balanço faz da presença dos jovens estrangeiros pela Jornada?
R – Os Dias nas Dioceses, designados por DnD, foram uma semana em que as dioceses de todo o país acolheram jovens estrangeiros que vinham participar nas Jornadas. Nestes dias os jovens foram acolhidos, preferencialmente, em Famílias de Acolhimento e realizaram atividades variadas de carácter cultural, religioso, patrimonial, de convívio, entre outras. Aqui no nosso concelho acolhemos 180 jovens provenientes de França, Guiné-Bissau, América, Colômbia e México, e foi uma experiência fantástica! Ainda hoje me emociono ao pensar nesses dias! Gastámos muito tempo e investimos muito esforço na preparação destes dias, mas o resultado esteve à vista de todos aqueles que nos acompanharam. Onde passávamos havia alegria e animação, as celebrações religiosas que realizámos foram emocionantes e profundas, as famílias de acolhimento transbordavam felicidade em ter estes jovens em suas casas, foi mesmo encantador! Estes jovens tinham vivências de vida e de fé muito distintas, mas acho que aí é que residiu o mais importante: o intercambio de culturas e de experiências, todos aprendemos algo e saímos muito mais ricos desta experiência!

P – Quanto às famílias de acolhimento, já tendo sido acolhida, qual é a sensação que nos pode contar? O que sente alguém ao ser acolhido por um desconhecido que lhe abre os braços e as portas de casa?
R – No que diz respeito às Famílias de Acolhimento posso dizer que é uma experiência muito enriquecedora e emocionante. Já acolhi jovens em minha casa e já fui acolhida por várias vezes, e nas duas situações senti-me rendida ao poder que existe aos abrirmo-nos aos outros. É certo que abrir as portas da nossa casa a pessoas desconhecidas é um grande passo no escuro e talvez por isso mesmo seja tão emotivo o resultado. Há sempre lágrimas nas despedidas, lágrimas de felicidade pelo tanto que demos e pelo tanto que recebemos!

P – Para aqueles que participaram e para os que ficaram com vontade de participar na Jornada Mundial da Juventude, qual é a mensagem que deixa?
R – Para aqueles que ainda não viveram esta experiência de ser peregrino numa JMJ, digo que haverá mais JMJ e estamos sempre a tempo de fazer esta experiência de vida e de fé! O Papa Francisco despediu-se dos voluntários da JMJ com estas palavras: «Não tenhais medo de surfar na crista da onda!». Que assim seja, que todos nós que já tivemos a graça de participar numa JMJ semeemos o “Amor gratuito de Jesus” nos outros e surja a vontade de conhecer a comunhão dos povos e da fé!

____________________________________________________________________

SUSANA MARGARIDA RELVAS DA GUERRA AGUIAR

Idade: 51 anos

Naturalidade: Guarda

Profissão: Professora do 2º ciclo de Ed. Visual e Ed. Tecnológica

Currículo (resumido): Licenciatura em Ensino Básico, variante de Educação Visual; Docente há 29 anos, tendo trabalhado nos distritos do Porto, Viseu e Guarda; Catequista durante vários anos e orientadora de um grupo de jovens; Elemento da direção da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas da Sé (Guarda)

Livro preferido: “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry

Filme preferido: “A vida é bela”, de Roberto Benigni

Hobbies: Ler, cinema, dançar e passear

Sobre o autor

Efigénia Marques

Leave a Reply