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Vítimas de violência doméstica aumentam

O Gabinete de Apoio à vítima da GNR ajuda mulheres e homens que são agredidos pelos cônjuges

Uma em cada dez mulheres portuguesas é agredida dentro da sua própria casa. Hoje, um grande número destas vítimas já não sofre em silêncio e há também cada vez mais homens a apresentar queixa de violência doméstica. Pelo Gabinete de Apoio à Vítima da GNR já passaram cerca de 56 casos, a tendência é para o aumento de denúncias dos maridos e companheiros.

O gabinete de Apoio à Vítima e Protecção de Menores da GNR da Guarda abriu as portas em Janeiro. Trata-se de um serviço que visa ajudar as mulheres ou homens que são agredidos pelos cônjuges. Desde então por ali já passaram vários casos e foram concluídos «cerca de 56 inquéritos», diz Amélia Gonçalves, do gabinete de Apoio à Vítima. Também há comarcas em que os inquéritos «não nos são dados pelo Tribunal», adianta. As queixas são apresentadas pelas vítimas nos postos e depois o gabinete recebe o auto de denúncia, dando início ao inquérito. Em comum todos os casos que por ali passaram têm «o alcoolismo e a maioria das vítimas são mulheres», refere Amélia Gonçalves, mas «já tivemos um ou dois casos em que o homem é que era a vítima», acrescenta. Os perfis das vítimas são muito semelhantes, quer sejam do sexo masculino ou feminino. As pessoas que sofrem maus tratos têm entre 25 e 60 anos, estão economicamente e emocionalmente dependentes do agressor e têm problemas de auto-estima e de falta de confiança. Apesar da maioria pertencer a uma classe social baixa, há também muitos casos de violência doméstica nas classes mais altas, «mas essa é mais escondida», refere a responsável, pois as vítimas não denunciam «por vergonha, medo e por serem conhecidos». Segundo Amélia Gonçalves, «o número de participações tem vindo a aumentar», porque as vítimas estão cada vez mais conscientes dos seus direitos. Também pelo crescente número de gabinetes e instituições para acolher as vítimas.

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

No próximo dia 25 assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. No âmbito desta comemoração o Núcleo Desportivo e Social (NDS), através do projecto Entre Famílias, promove no dia 24, uma acção de sensibilização e um workshop subordinado ao tema: “violência doméstica”.

A iniciativa decorre, a partir das 9h 30, na sala de conferências do centro cultural e social de S. Miguel. Na primeira intervenção, a advogada voluntária da Associação de Apoio à Vítima (APAV), Daniela Moreira, vai expor sobre “O apoio à vítima violência doméstica”. Seguida da psicóloga RSI, Caritas e Centro de Apoio à Vítima, Vera Pragana, que vai falar sobre “Crianças expostas à violência inter-parental”. Entre outras temáticas e interlocutores, como o sub-comissário da PSP, José Manuel Aparício e Cristina Sousa, docente do Instituto Superior Politécnico Gaya. A partir das 15 horas, realiza-se um workshop com respostas jurídicas ao crime de maus tratos. A iniciativa destina-se a todos os interventores sociais e comunitários, bem como todos os profissionais cujo o âmbito de trabalho se circunscreva à área social.

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