Os doentes do reumatologista dispensado pelo hospital de Seia vão manifestar-se amanhã, pelas 10 horas, em frente da unidade de saúde e ponderam apresentar queixa no Ministério Público. Tudo porque a alternativa apresentada passa pelos doentes serem assistidos em Coimbra, a uma hora e meia de caminho da Guarda. E com uma lista de espera «de pelo menos meio ano», revela o líder do protesto. Segundo Acácio Palhares, doente da zona de Viseu, que no último ano tem sido tratado pelo médico Rui Gomes de Melo, com esta «concentração pública de repúdio» pelo fim das consultas de reumatologia a partir de Setembro, os doentes vão exigir «a continuidade de acompanhamento clínico na única consulta da especialidade de reumatologia do Sistema Nacional de Saúde na região». O líder da acção de protesto adiantou, ainda à agência Lusa, que «alguns doentes estão na disposição de apresentar denúncia no Ministério Público por negligência de continuidade de assistência médica diferenciada e abandono». E o utente, inconformado, acrescenta que «não se compreende o final das mencionadas consultas, pois, até ao momento, tanto o hospital de Seia quanto o clínico assistente têm prestado um serviço de qualidade». Entretanto, o Conselho de Administração do Hospital Nossa Senhora de Assunção, de Seia, garantiu que todos os doentes irão ser assistidos nos Hospitais da Universidade de Coimbra, mas a medida não agrada aos doentes do médico Rui Gomes de Melo, dada a existência de uma lista de espera «de pelo menos meio ano», queixa-se o utente, «podendo pôr em causa os tratamentos já em curso». O utente referiu ainda que «ao contrário do que é alegado pela administração do hospital, os doentes residentes fora da área de influência directa do hospital são menos de 20, num universo de algumas centenas, pelo que esse motivo não tem a relevância que lhe pretendem dar».
