Arquivo

TMG seleccionado para prémio ibérico de arquitectura

Projecto de Carlos Veloso é um dos cinco seleccionados em Portugal para os FAD’2006

O Teatro Municipal da Guarda (TMG), cujo projecto é da autoria do arquitecto guardense Carlos Veloso, está entre as 30 obras finalistas dos Prémios FAD’2006, concorrendo com as mediáticas propostas de Jean Nouvel ou Richard Rogers. O Metro do Porto, a remodelação da Praça da República em Torres Vedras, o Centro de Artes de Sines, a reconversão de um palheiro em Cortegaça são as outras obras nacionais seleccionadas entre 504 candidaturas. Os vencedores só serão conhecidos a 18 de Outubro.

«É um bom princípio, significa que o trabalho é reconhecido», diz com orgulho o arquitecto guardense, mas radicado no Porto. Carlos Veloso entrou na corrida consciente do valor da obra que projectou para a Guarda: «Acreditava e não que podia ganhar», graceja. Mas, no fundo, havia «alguma esperança» de ser seleccionado. Até agora, está tudo a “correr sobre rodas”, pois estar entre os finalistas «já não é mau», constata o jovem arquitecto. Ao todo concorreram cerca de 500 projectos, dos quais foram seleccionados 30, sendo que só cinco são portugueses. Segundo o autor da estrutura do TMG, «há um certo conforto por ter sido edificado na Guarda, mas podia ser noutro sítio qualquer, mas, sim, tem um sabor diferente», confessa. Quanto aos seus adversários, Carlos Veloso admite que nem todos são do seu agrado, mas gosta de alguns, citando como exemplo a Torre Agbar de Barcelona, do francês Jean Nouvel. O arquitecto guardense reconhece que é difícil conquistar o galardão principal, ainda assim «a esperança é a última a morrer». Para já, «é uma vitória ser finalista, depois logo se vê, mas não vejo que chegue ao prémio… Não sei», refere Carlos Veloso, acrescentando que já é prestigiante o projecto do TMG estar ao lado de obras de referência peninsular.

Depois desta obra de referência, para a Guarda o jovem arquitecto já só idealiza projectos na área do urbanismo. «Nesta cidade ainda está tudo por fazer», considera, adiantando que, se pudesse, faria «uma reestruturação urbana global». De resto, a 48.ª edição dos prémios, diplomas e placas atribuídos pela Associação Interdisciplinar de Desenho do Espaço da Catalunha será certamente muito disputada na categoria de Arquitectura. Há 20 projectos concorrentes, três dos quais portugueses: Biblioteca e Centro de Artes de Sines, dos arquitectos Francisco e Manuel Aires Mateus; Teatro Municipal da Guarda, de Carlos Veloso, e a reconversão de um palheiro em Cortegaça, assinada por João Mendes Ribeiro. Mas é também nesta secção que se encontram “vedetas”, como a Torre Agbar de Barcelona (de Jean Nouvel e Fermín Vásquez), o terminal T4 do Aeroporto de Madrid (do britânico Richard Rogers, Simon Smithson e Estudio Lamela) ou o emblemático edifício madrileno “El Mirador” (MVRDV e Blanca Lleó Fernández). O Teatro Municipal da Guarda foi inaugurado em Abril do ano passado e é constituído por dois cubos gigantes. Num deles está localizado o grande auditório com capacidade para mais de 600 pessoas e também o pequeno auditório com 164 lugares. O outro bloco acolhe o café-concerto com capacidade para 100 pessoas, uma galeria de arte e um estacionamento subterrâneo de três pisos. O galardão é atribuído pela Associação Interdisciplinar de Desenho de Espaço da Catalunha e os nomeados para as cinco categorias – Arquitectura, Interiorismo, Intervenções Breves, Cidade e Paisagem, e Pensamento e Crítica – vão ser objecto de uma exposição aquando do anúncio dos vencedores, numa cerimónia a realizar dia 18 de Outubro.

Patrícia Correia

Sobre o autor

Leave a Reply