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Sporting da Mêda vence “derby” agitado

Equipa de João Borrego foi a Trancoso obter a quarta vitória consecutiva num jogo com três golos e cinco expulsões

Depois de uma derrota e um empate nas duas primeiras jornadas, o Sporting da Mêda parece ter entrado definitivamente na rota dos bons resultados e já vai em quatro triunfos consecutivos. No último domingo, perante uma grande falange de apoio, a equipa de João Borrego levou a melhor no “derby” com o vizinho Desportivo de Trancoso. A vitória da formação visitante não merece contestação numa partida marcada por cinco expulsões, duas para cada lado mais o treinador trancosense.

A partida começou equilibrada, mas os visitantes assumiram o controlo do jogo com o passar dos minutos, destacando-se Rogério enquanto “motor” do meio-campo. Aos 16’, Edson teve nos pés uma excelente oportunidade para colocar a Mêda em vantagem após um cruzamento de Joca, mas, com tudo para fazer golo, atirou por cima. Até que aos 25’ a equipa forasteira inaugurou mesmo o marcador na conversão de uma grande penalidade, concretizada por Paulo João, a castigar um derrube de Ricardo a Guerra. Apesar da desvantagem, o Trancoso não conseguiu criar perigo e aos 38’ viu Paulo João rematar perto do poste esquerdo. A quatro minutos do intervalo, Marco Santiago, descontente com o amarelo mostrado imediatamenteantes a punir uma entrada dura sobre Saraiva, viu o cartão vermelho por protestos. Aos 44’ foi a vez do técnico trancosense José Afonso ser expulso do banco, também por protestos. No regresso das cabinas, a Mêda, em vantagem numérica, entrou com o intuito de marcar cedo para resolver o jogo, conseguindo criar várias ocasiões que não foram devidamente aproveitadas. Edson esteve novamente em destaque ao desperdiçar três excelentes oportunidades para ampliar a vantagem aos 45’, 49’ e 62’.

Quando já mereciam o segundo golo e pareciam ter o encontro perfeitamente controlado, os comandados de João Borrego sofreram um duro revés com a expulsão, por acumulação, de Pedro Ribeiro. Estavam decorridos 65’ e quatro minutos depois o Trancoso poderia ter chegado à igualdade na única oportunidade criada até então. No entanto, Chipi, em zona frontal, viu Paulo Jesus negar-lhe o golo com uma excelente parada. Esta reacção foi sol de pouca dura já que a Mêda chegou aos 2-0 aos 76’, por intermédio de Joca, que apenas teve que atirar para o fundo das redes depois de um excelente trabalho de Paulo João. Dois minutos volvidos, Hugo Geraldes puxou do cartão vermelho por mais duas vezes, expulsando Máximo e Saraiva, na sequência de uma “picardia” que envolveu alguns jogadores. Esteve mal o jovem árbitro na expulsão do jogador da Mêda, pois foi Edson quem entrou duro sobre um adversário. O Trancoso passou então a atacar mais, mas sem criar perigo, um período aproveitado pela Mêda para fazer o 3-0 na sequência de outra excelente arrancada de Paulo João pela esquerda. O avançado medense deixou três adversários para trás e, à entrada da área, tabelou com Calhotas para marcar. Antes do apito final, o Trancoso esteve perto de reduzir, mas Paulo Jesus voltou a brilhar ao defender com os pés um livre directo apontado por Tomé. Hugo Geraldes realizou um mau trabalho, mostrando muitos cartões, para além de não ter aplicado por várias vezes, e como se exigia, a lei da vantagem.

No final do encontro, os dois técnicos estiveram de acordo quanto à justiça do vencedor. José Afonso felicitou a Mêda, «porque foi um justo vencedor», e também os seus jogadores pela entrega demonstrada, classificando a expulsão de Marco Santiago como um «um pormenor importantíssimo que define este jogo». Quanto a João Borrego, ficou obviamente satisfeito com a vitória mas afastou o cenário da subida porque a Mêda «ainda não tem estruturas suficientes para poder competir com clubes mais apetrechados».

Ricardo Cordeiro

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