Após terem tomado conhecimento de declarações proferidas à Comunicação Social por Sua Ex.ª o Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr, Germano de Sousa, e as quais diziam respeito à transferência da Maternidade do Hospital Sousa Martins para o Hospital da Covilhã, os médicos do Centro de Saúde da Guarda, preocupados com essa possibilidade, reuniram-se dia 12 de Outubro de 2004 para análise e debate da situação. Após a conclusão da referida reunião foi decidido, por unanimidade, manifestar aos superiores hierárquicos e à população em geral, algumas das interrogações mais pertinentes e para as quais não encontraram resposta que satisfaça:
1- Sem querer pôr em causa os motivos técnicos e profissionais que levam a querer agrupar serviços, porquê transferir a Maternidade onde mais consultas e partos se fazem por ano para outra onde se realizam menos? Não deveria ser o contrário?
2- De modo idêntico, não deveria ser deslocada a Maternidade que menos profissionais têm ao serviço e não o inverso?
3- As mulheres grávidas não necessitam apenas da Maternidade para o parto. Mais de 50 por cento são vigiadas nos Centros de Saúde e necessitam de se deslocar às Maternidades pelo menos quatro vezes antes do parto. As que são vigiadas no próprio Hospital necessitam de pelo menos uma consulta por mês durante a gravidez, nessas mesmas Maternidades. Será que este volume de deslocações (da Guarda e de Castelo Branco para a Covilhã) está já a ser contabilizado como rendimento das futuras portagens da A23?
Perdoe-se-nos a ironia, mas para quem a interioridade e más acessibilidades são um grande peso e para quem tem lutado durante mais de vinte anos, por metas e indicadores de Saúde Materno-Infantil iguais aos melhores da restante Europa, o momento é de grande preocupação. Assumindo-se como representantes das suas utentes grávidas e dos seus filhos, os médicos do Centro de Saúde da Guarda esperam que a sociedade política e civil do Distrito em que estão inseridos os ajudem numa causa que é de todos.
Médicos do Centro de Saúde da Guarda
