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Oposição «desiludida» em Castelo Branco

PCP e vereador socialista na Câmara da Covilhã criticam falta de investimento do Governo no interior

A Direcção Regional de Castelo Branco do Partido Comunista Português criticou na semana passada a «falta de sensibilidade» manifestada no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para o distrito de Castelo Branco em 2005.

Os comunistas acusam a coligação PSD/PP, liderada por Pedro Santana Lopes, de não ter em conta os «problemas do interior», considerando que a «subida de verbas atribuída, que alguns apontam como vitória estrondosa, não chega para compensar o que o distrito perdeu nos últimos dois anos», acusou Vladimiro Vale, dirigente do PCP, para além de representar a «falta de rumo» para o interior. «Só assim se explicam os ridículos 900 contos atribuídos a Idanha-a-Nova. Uma verba que representa 40 cêntimos por habitante e que é inferior à que é atribuída à sede de escuteiros de S. Vicente da Beira», justifica o comunista. O PCP reclama «mais rigor e transparência» na elaboração do PIDDAC, para evitar que obras e investimentos fiquem «apenas no papel» ou que lhes sejam atribuídas verbas diminutas «que nem servem para o seu arranque». Situação que apenas serve para «ludibriar as populações», acusa Vladimiro Vale. É o caso da construção do Parque Industrial de Belmonte, do quartel da GNR de Caria ou das barragens do Salgueiro-Caféde, Alvito e das Penhas. Para o PCP é fundamental o investimento no Parque Natural do Tejo Internacional, no Regadio da Cova da Beira, no Centro de Artes da Covilhã e no Aeroporto Regional, para desenvolver as zonas mais carenciadas e em vias de desertificação, bem como a construção da Escola Superior de Artes de Castelo Branco (ESART).

As acessibilidades também merecem particular destaque no conjunto de investimentos que os comunistas consideram estruturantes para a região. Para além do IC8, IC6 e do IC31, exigem a construção do túnel da Alvoaça (Covilhã-Unhais-Seia), a periférica à Covilhã, a ligação de Penamacor e de Alpedrinha à A23, a ligação do IC8 a Cernache de Bomjardim, a passagem desnivelada à via-férrea em Vila Velha de Ródão e o alargamento da Ponte da Senhora da Graça a Idanha-a-Nova. Posições partilhadas pelo vereador socialista na Câmara da Covilhã. Miguel Nascimento classifica o PIDDAC de «autêntica desilusão» para o distrito e principalmente para a Covilhã. «Traz a Faculdade de Medicina e pouco mais», constata, denunciando que o crescimento exponencial das verbas para a Covilhã se deve apenas a obras «prometidas há muito tempo», caso da Faculdade e do quartel da PSP. «Ninguém diga que o Governo do PSD vem beneficiar a região, porque isso é uma falsa questão e no quadro nacional os distritos da Guarda e de Castelo Branco continuam a aparecer no fundo da tabela», lamenta. Já o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, confessou que os números do PIDDAC «não eram maus», mas que desejava «mais, evidentemente», adiantando que a Periférica à Covilhã vai avançar no plano de investimentos do Instituto de Estradas de Portugal.

Liliana Correia

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