Arquivo

Sporting da Mêda “tropeça” em Vila Cortês

Expulsão de Paulo João foi determinante para medenses, que protestaram o jogo no final da partida

O Vila Cortês do Mondego continua a “fazer das suas” na condição de visitado, batendo desta vez o Sporting da Mêda que vinha de uma série de quatro vitórias consecutivas. A equipa de Carlos Ascensão mostrou-se muito eficaz, ao contrário do opositor, que jogou em inferioridade numérica durante cerca de uma hora após a expulsão do influente Paulo João. De resto, a formação visitante mostrou-se muito desagradada com a arbitragem de Fernando Nevado, tendo inclusive apresentado um protesto no final da partida.

A formação de João Borrego entrou muito forte e podia mesmo ter marcado na primeira jogada do encontro, não tivesse Paulo João, completamente isolado, atirado ao lado. Sempre a pressionar, a Mêda chegou ao golo aos 3’ por intermédio de Edson. O jovem médio rematou de muito longe para a baliza de Tó Jorge, que foi mal batido, supostamente por causa do sol. O jogo corria então em sentido único e aos 6’, Guerra, muito perdulário neste desafio, podia ter feito o 2-0, mas, em boa posição, rematou ao lado. Surpreendentemente, foi o Vila Cortês que fez o empate à passagem do quarto de hora por Rui Ascensão, que aproveitou da melhor forma um erro de Soares. Altura para João Borrego fazer entrar Artur Jorge, enquanto a equipa da casa continuou a “usar e abusar” do pontapé longo para a frente, na tentativa de tirar partido das reduzidas dimensões do campo. Como um azar nunca vem só, a Mêda sofreu outro revés com a expulsão de Paulo João aos 38’ por protestos, parecendo ter havido algum excesso de protagonismo do árbitro ao mostrar dois cartões amarelos em poucos segundos. Apesar da inferioridade numérica, a Mêda podia ter feito o 2-1 antes do intervalo, mas Guerra voltou a rematar ao lado.

No segundo tempo, o encontro começou equilibrado, mas a equipa da casa colocou-se em vantagem aos 55’. João Veiga cobrou um livre junto à linha para o segundo poste, onde o “gigante” Hugo subiu mais alto que toda a gente e bateu Paulo Jesus, que ficou a “meio caminho”. A jogada que deu origem ao golo deixou muitas dúvidas, uma vez que, em nosso entender, Roque terá agarrado a bola fora das quatro linhas, mas o árbitro auxiliar, que estava bastante longe do local, considerou que o esférico ainda não tinha saído. O nervosismo tomou conta da equipa visitante e o técnico João Borrego acabou por ser expulso do banco aos 78’. Em contrapartida, o Vila Cortês, que marcou praticamente nas únicas oportunidades de que dispôs, chegou ao 3-1 aos 81’, após uma rapidíssima jogada de contra-ataque conduzida por Rui Ascensão, que atirou ao poste, aparecendo depois Ricardo, completamente sozinho, para concretizar na recarga. Esta jogada também motivou muitos protestos dos medenses por alegado fora-de-jogo do marcador. Três minutos volvidos, a Mêda reduziu para 3-2 por Tiago, na sequência de um livre indirecto dentro da área.

Assistiu-se depois a um jogo muito duro, com o árbitro a expulsar mais três homens. A três minutos do fim aconteceu mesmo uma situação algo caricata, já que o presidente do Sporting da Mêda mandou os jogadores sair do campo, mas a partida lá recomeçou e, na última jogada, Guerra desperdiçou uma oportunidade flagrante para igualar. O trio de arbitragem passou incólume até aos 38’, mas depois cometeu vários erros, prejudicando sobretudo a equipa visitante. No final, Carlos Ascensão reconheceu que a sua equipa teve a «sorte do jogo», o que lhe valeu uma vitória «bastante saborosa», sublinhou o treinador do Vila Cortês. João Borrego mostrou-se, por sua vez, muito descontente com o resultado e não só: «Batemo-nos galhardamente, mas alguém não nos deixou ganhar», disse, enquanto José Lopes, presidente do Sporting da Mêda, teceu duras críticas ao árbitro: «A actuação de um indivíduo destes é uma vergonha, viu-se mesmo que é premeditado para prejudicar», acusou.

Ricardo Cordeiro

Sobre o autor

Leave a Reply