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Solução para sociedade PLIE este ano

Joaquim Valente avisa que cabe aos parceiros decidir se será uma empresa municipal ou uma sociedade anónima de capital maioritariamente privado a tomar conta do projecto

A solução para a sociedade da PLIE, cujo aumento de capital está por subscrever desde 2008, terá que ser encontrada este ano, anunciou Joaquim Valente, após a última reunião de Câmara da Guarda. «Cabe aos parceiros decidir, em definitivo, se será uma empresa municipal ou uma sociedade anónima de capital maioritariamente privado», disse o autarca, acrescentando que será necessário encontrar «um núcleo duro» para assumir a maioria do capital social, cerca de 1,5 milhões de euros.

A declaração surgiu após Rui Quinaz ter voltado a insistir no fracasso do projecto. Isto por causa do desaparecimento das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2011 do centro logístico e de distribuição comercial anunciado para a PLIE. «Era o equipamento essencial da logística», sublinhou o vereador social-democrata, recordando que os 1,5 milhões de euros orçamentados para 2010 já não constam dos mapas para este ano. Para o líder da oposição no executivo, este é o sinal de que o projecto «tal como foi anunciado já não existe» e apontou três exemplos: «Não há actividade de logística, nem há qualquer empresa dessa área instalada. Também a componente privada está por concretizar, uma vez que a sociedade não está a funcionar. Logo, já não se pode chamar ao projecto Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial, é apenas um parque industrial», considerou. Rui Quinaz acusou ainda a maioria de «insistir em mascarar esta realidade».

Na resposta, o presidente Joaquim Valente contestou esta imagem, dizendo que «já lá há empresas e outras irão instalar-se com logística própria». Quanto ao centro logístico e de distribuição comercial, justificou o desaparecimento com a sua integração no futuro centro tecnológico e de serviços previsto para a PLIE e que vai custar 3,6 milhões de euros. O edil reiterou que ainda não houve aumento de capital porque os privados «não fizeram aquilo que lhes competia e chegou-se ao absurdo da Câmara quase ter sido obrigada a ter a maioria do capital social». E admitiu que, actualmente, persiste um impasse: «Os privados não subscreveram o aumento de capital e não podem entrar outros parceiros na sociedade porque estes não se decidem», disse. Joaquim Valente considerou também que «não é de um dia para o outro que se enche um parque empresarial com 100 hectares», mas disse-se confiante quanto ao futuro. «A infraestrutura lá está e com mais interessados a cada dia que passa. Temos sinais muito positivos para o início de 2011», alegou, escusando-se a adiantar mais pormenores.

CET’s da Ensiguarda são «afronta» ao IPG

Outro assunto polémico na reunião da passada segunda-feira foram os pedidos de pareceres para dois cursos de especialização tecnológica (Desenvolvimento de Produtos Multimédia e Gestão de Redes de Sistemas Informáticos) a leccionar pela escola profissional Ensiguarda. A vereadora do PSD Ana Fonseca recordou que aqueles CET já existem, «há alguns anos e com o mesmo nome», na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, pelo que «é uma afronta ao IPG». Nesse sentido, defendeu que a autarquia não devia dar parecer favorável, uma vez que «as necessidades formativas nestas áreas estão bem cobertas há vários anos», sugerindo que a Ensiguarda proponha outros cursos. No entanto, avisou que, em caso contrário, a autarquia está «a promover a concorrência entre instituições de ensino sediadas na mesma cidade e com isso perdem todos».

A vereadora considerou também tratar-se de um «parecer privilegiado», uma vez que a Câmara é associada da Fundação Augusto Gil neste projecto. Virgílio Bento desdramatizou o assunto, declarando que o parecer «é necessário» para os cursos serem autorizados pelo Ministério da Educação, ao qual cabe também «autorizá-los ou não». Contudo, os eleitos do PSD votaram contra os pareceres. Unanimidade mereceu a moção do Outeiro São Miguel quanto à necessidade de manutenção dos contratos de ensino. O executivo deliberou oficiar junto da tutela para que o mesmo seja renovado de forma a garantir o funcionamento de uma escola com 459 alunos, «cujo papel social e educativo está por demais demonstrado desde a sua fundação», reconheceu o vereador.

Luis Martins Rui Quinaz e Joaquim Valente divergem sobre futuro da PLIE

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