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Sócrates apoiado por Castelo Branco na candidatura a secretário geral do PS

Miguel Nascimento e Fernando Serrasqueiro consideram que o deputado albicastrense é o «líder» que o Partido necessita para as próximas eleições legislativas

A candidatura de José Sócrates ao cargo de secretário-geral do Partido Socialista, deixado em aberto após a demissão de Ferro Rodrigues na sequência da não convocação de eleições antecipadas, já angariou apoios na Covilhã e no distrito de Castelo Branco.

A voz mais entusiástica de apoio surge do vereador socialista na Câmara da Covilhã, Miguel Nascimento, que irá dar «todo o apoio» a José Sócrates no congresso do PS. «Estou disponível para dar o meu contributo em tudo o que for possível», disse o vereador, até porque «é uma candidatura na qual me revejo». E acrescenta: «José Sócrates já deu provas de grande qualidade, capacidade de decisão e de liderança nos vários cargos que ocupou como dirigente nacional, como secretário de Estado e como ministro de várias pastas». Daí que não se coíbe em dizer que o actual deputado albicastrense é «uma das principais figuras do nosso quadrante político e talvez uma das melhores preparadas a nível nacional para enfrentar os desafios que aí vêm», acrescentando ainda que o ex-ministro covilhanense representa «uma liderança forte para o PS nos próximos anos».

O apoio de Nascimento à candidatura do deputado na AR pelo círculo de Castelo Branco já era de prever. Desde que eleito pelo PS como vereador na autarquia covilhanense e após o Governo de coligação PSD /PP ter tomado posse, Nascimento fez questão de recordar as conquistas conseguidas por Sócrates para a Covilhã e para a região, nomeadamente o curso de Medicina na Universidade da Beira Interior, a A23, o Programa Polis e um maior desenvolvimento do Regadio da Cova da Beira, entre outros “benefícios”.

Fernando Serrasqueiro, presidente da Federação Distrital de Castelo Branco do PS e também eleito como deputado na AR, confessou a “O Interior” que irá «apoiar» o deputado numa campanha pela qual já se encontra «a trabalhar». Para Serrasqueiro, o actual candidato a secretário-geral do PS representa a «esquerda moderna» necessária ao partido da “rosa” para vencer as próximas eleições legislativas, em 2006. Por isso, volta a frisar que irá empenhar todos os esforços «nacional e distrital» para apoiar o ex-ministro do Ambiente no segundo Governo de António Guterres.

Depois de uma escassa e fugaz passagem pela JSD e PPD, José Sócrates abraçou as causas sociais defendidas pelo partido da “rosa” e aos 26 anos já tinha conquistado a Federação Distrital de Castelo Branco do PS. Agora, com 46 anos, e depois de ter sido porta-voz do PS, secretário de Estado do Ambiente e ministro adjunto no primeiro mandato de governação de Guterres, e no mandato seguinte ministro do Ambiente, o covilhanense arrisca agora o cargo de líder do PS para em 2006 se candidatar a primeiro-ministro. Ao cargo deixado livre por Ferro Rodrigues há três semanas atrás, concorre ainda João Soares, ex-presidente da Câmara de Lisboa e filho do ex-Presidente da República, Mário Soares. Já José Lamego desistiu da candidatura e já manifestou publicamente o seu apoio a Sócrates. Entretanto, militantes socialistas próximos de Ferro Rodrigues e membros do clube do PS “Liberdade e Cidadania” já anunciaram a criação de uma comissão responsável pela elaboração de uma moção de estratégia política a ser apresentada no Congresso do PS com a finalidade de escolherem o novo líder do partido, por não concordarem com as duas candidaturas. Manuel Alegre, Alberto Martins, João Cravinho, Vera Jardim, Ana Benavente, Helena Roseta, Jorge Strecht, Medeiros Ferreira, Jorge Lacão, Vieira da Silva, Augusto Santos Silva, Maria de Belém Roseira, Luísa Portugal e Ana Catarina Mendes são alguns dos nomes que constituem este grupo. Ao “Público”, o deputado Jorge Lacão não exclui a possibilidade do grupo avançar com um candidato.

Liliana Correia

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