Os 15 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) estão disponíveis para receber refugiados.
Sob proposta do presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, o Conselho Executivo daquela entidade aprovou na terça-feira, por unanimidade, a elaboração de um plano intermunicipal de ação que «agregará toda a informação disponível sobre as condições que cada concelho pode disponibilizar, bem como ao número de pessoas que poderá acolher», anunciou o presidente da CIMBSE. Vítor Pereira acrescentou que o documento será elaborado em conjunto com as IPSS e representantes da sociedade civil e que será depois articulado com o Governo. «Estamos todos norteados pelo mesmo espírito e queremos, rapidamente, colocar no terreno este plano, porque não podemos ignorar que estamos a assistir a uma das piores crises humanitárias das últimas décadas e que estamos a falar de pessoas que, nalguns casos, estão mesmo no limiar da sobrevivência», afirmou o responsável.
Para Álvaro Amaro, «numa área mais alargada nós podemos ser ainda mais úteis, nestes territórios designados de baixa densidade e, como eu acrescento, de elevado potencial». Esta proposta surgiu porque «no século passado muitos dos nossos conterrâneos emigraram e também tiveram que saltar “arames farpados” para vencerem a batalha da qualidade de vida», tendo sido bem recebidos nos países de acolhimento, recordou o autarca da Guarda, sede da CIMBSE. De acordo com o edil, o município poderá receber, «com regras, com as Juntas de Freguesia e as IPSS, aqueles que têm o justo direito ao estatuto de refugiado». Na terça-feira, o socialista Carlos Martins, atual presidente do Conselho de Administração da empresa municipal Trancoso Eventos, foi empossado como segundo secretário executivo da CIM das Beiras e Serra da Estrela. O início de funções decorre da assinatura do pacto de desenvolvimento e coesão territorial, na semana passada. A CIM passa a ter dois secretários executivos, uma vez que António Ruas já está em funções há mais de um ano.