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PJ da Guarda vai abranger distrito de Castelo Branco

Crimes económico e violento e o tráfico de droga são prioridades para novo coordenador

Vinte e um anos depois de ter sido instalada na fracção de um prédio habitacional com escassas condições e de forma provisória, a Polícia Judiciária (PJ) da Guarda mudou-se de armas e bagagem para uma nova sede na Praceta Nuno de Montemor, no Bairro do Bonfim. A cerimónia foi apadrinhada na passada quarta-feira pelo ministro da Justiça, no mesmo dia em que a PJ comemorou 59 anos de existência em Portugal. «Temos o objectivo de obter mais e melhor justiça», sublinhou Aguiar Branco, referindo que o combate ao crime na Guarda e Beira Interior vai fazer-se em melhores condições com estas novas instalações.

Trata-se da única delegação da PJ instalada no interior do país, abrangendo toda a área do distrito da Guarda e parte Norte do distrito de Castelo Branco. De resto, há também uma clara aposta na descentralização dos recursos e dos meios, uma vez que está a ser estudado o reajustamento das competências da Judiciária da Guarda, que «passa a ter a seu cargo a competência de investigações das comarcas da fronteira e que se pode estender para a zona de Castelo Branco», revela o novo coordenador do Departamento de Investigação Criminal (DIC). Mário Bento está, por isso, satisfeito com as novas instalações, que constituem «uma motivação acrescida para quem dirige e para quem trabalha aqui». Recorde-se que o novo coordenador veio da Direcção Central da Polícia Judiciária em Lisboa para substituir Leitão dos Reis, afastado em meados de Setembro na sequência de divergências com o inspector-chefe Manuel Portugal. A nova sede foi construída num terreno de 1.150 metros quadrados cedido pela autarquia e ficou pronta em menos de um ano, tendo custado mais de dois milhões de euros. O edifício de quatro pisos dispõe de diversas áreas técnicas e sociais, estando para já dotada para funcionar com 53 postos de trabalho, apesar de ter condições para uma futura ampliação.

Quem também gostou do que viu foi Maria do Carmo Borges, que sublinhou ser esta uma obra «um bom exemplo de como fazer as coisas». Recordando que o protocolo para a construção das novas instalações da PJ foi assinado no tempo do ministro António Costa e que a autarquia apoiou o projecto «desde da primeira hora», a presidente da Câmara da Guarda aproveitou a ocasião para encarregar Aguiar Branco de recordar ao ministro da Administração Interna, Daniel Sanches, a «necessidade urgente» de novas instalações para a GNR e PSP assegurando «o mesmo espírito de colaboração» da parte do município. Em resposta, o ministro da Justiça tranquilizou tudo e todos ao dizer que o assunto já foi abordado em Conselho de Ministros, mas que «não há verbas por enquanto» para esses projectos avançarem. «No entanto, o Governo está atento e esses pedidos serão concretizados logo que possível», prometeu Aguiar Branco. O DIC da PJ da Guarda dispõe actualmente de 17 inspectores, dois inspectores-chefe e um coordenador, e será reforçado «muito em breve» com mais oito inspectores, confirmou Mário Bento. Embora admita que ainda não é suficiente, o coordenador considera que «é um número considerável para as necessidades mais urgentes», tais como os crimes económico e violento, o tráfico de droga ou a informação criminal. A efeméride ficou ainda marcada pela distinção de vários elementos da PJ, nomeadamente o inspector Afonso Sales (Guarda), que foi agraciado com louvor, e pelo descerramento de uma placa evocativa dos investigadores falecidos em serviço.

Patrícia Correia

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