P – Quantas pessoas já visitaram o Espaço Educativo Florestal Quinta da Maúnça?
R – Segundo os últimos dados, até ao final de Agosto passaram pela quinta cerca de 15 mil visitantes, na maioria crianças. Dessas, cerca de sete mil foram efectuadas no ano anterior. Tem havido um aumento gradual do número de visitantes e este ano prevemos um aumento significativo, uma vez que houve uma forte adesão dos estabelecimentos de ensino ao projecto Quinta da Maúnça.
P – Que género de actividades promovem?
R – Tudo o que esteja ligado à educação ambiental. Desde a recolha de bolotas à sementeira e plantação de árvores, para as turmas que escolherem trabalhar o tema das florestas. Temos ainda várias experiências ligadas aos resíduos e à água, outros temas escolhidos pelas escolas, mas também a sementeira e plantação de hortícolas nas hortas, a promoção do conhecimento das plantas aromáticas e medicinais. As visitas guiadas, principalmente para turmas de fora do concelho e que querem fazer uma abordagem ao projecto integral da quinta, é mais uma das nossas propostas. Temos actividades muito diversificadas, desde aulas de expressão plástica, formações diversas, tanto para docentes como para público em geral, bem como as férias ecológicas na quinta, no Verão.
P – Que balanço faz deste projecto surgido há seis anos por iniciativa da Câmara da Guarda?
R – É um balanço muito positivo, não só para mim mas para toda a equipa que integra este projecto desde o início. Um dos nossos objectivos era tentar mudar mentalidades e comportamentos e acho que isso está a ser conseguido. Um dos exemplos que posso dar é que, depois da Festa da Abóbora, a Praça Velha não ficou cheia de lixo, o que significa que os guardenses estão já um passo à frente a nível de civismo e educação ambiental. Nota-se que as crianças “obrigam” os pais a fazer reciclagem e compostagem e conseguimos modificar comportamentos de gerações que não tiveram essa preparação na escola.
P – Quais os projectos que falta fazer na quinta?
R – Há muitas coisas. A quinta tem 73 hectares e há muitos projectos na forja, mas que, a seu tempo, serão lançados. A curto prazo temos já quase reconstruídos dois edifícios, um dos quais será para o projecto Rede Pandora, que terá um gabinete de apoio às mulheres desempregadas e emigrantes com formações em nutrição, agricultura biológica, conservação de produtos frutícolas e hortícolas. No mesmo edifício funcionará o Laboratório da Ciência Viva, para podermos explorar a vertente de práticas laboratoriais, no currículo dos estabelecimentos de ensino que nos visitam, através de experiências simples, ligadas à natureza e sensibilização ambiental, qualidade da água, do ar, entre outras.
P – Qual é o “feedback” das crianças após visitarem a Maúnça?
R – O “feedback” que me tem chegado, através dos professores e dos próprios pais, é que as crianças deliram quando visitam a quinta. Há gente que vem ver com os seus próprios olhos o que fazemos cá de tão mágico que deixa os miúdos sem sono só por virem à Quinta da Maúnça. As pessoas estão à espera que haja aqui coisas fantásticas e do outro mundo. Mas não, não há. Toda a gente é muito bem recebida e, realmente, é essa a nossa imagem.