Por estes dias, as ruas da Guarda e o comércio são literalmente “invadidos” pelos emigrantes que noutros tempos tiveram de abandonar a sua terra natal à procura de melhores condições de vida no estrangeiro.
Apesar do regresso se dever apenas para férias, estes portugueses abordados por O INTERIOR pretendem manter sempre a ligação à sua terra natal e ao país, já que a grande maioria regressa todos os anos pelos mesmos motivos: visitar os pais, família e amigos. Ana Cristina Pinto, natural de Vila Fernando (Guarda) e emigrante em França, confessa que «a vida está melhor em França do que em Portugal», isto pelos relatos que houve de alguns dos seus familiares, que se queixam de que «as coisas aqui estão muito difíceis». A emigrante regressa normalmente no verão e fica durante três a quatro semanas, período que aproveita para visita grandes cidades como o Porto, Lisboa, Aveiro e as praias do Algarve. Por sua vez, Vítor dos Santos e Sílvia Pereira, casal radicado em França há mais de 40 anos e originário da Guarda, admitem que não «conhecem bem» a situação atual de Portugal. «Em França não temos tempo para ir beber um café, saímos de vez em quando e aqui os portugueses levam a vida mais descansada», notam.
Anabela Gaspar, outra emigrante em França que saiu da zona da Guarda «ainda bebé», declara que a vida em Portugal «está muito mais cara do que em França», tendo notado «uma grande diferença» de preços este ano em comparação com os anteriores. Todos os inquiridos por O INTERIOR adiantaram que a opção de um dia regressarem definitivamente a Portugal não está nos seus planos, uma vez que toda a sua vida está organizada em França. No entanto, prometem «voltar sempre» para aproveitar as férias, matar saudadas da família e dos amigos e retemperarem forças para mais um ano de trabalho. Não há dados oficiais sobre o impacto do regresso dos emigrantes à sua terra natal, mas muitos autarcas admitem que a população dos seus concelhos triplique nos meses de Verão.
