Um piano e uma voz, assim vai ser o concerto de Mísia no TMG sábado à noite, no âmbito da digressão de apresentação do último trabalho da cantora “Delikatessen Café Concerto”. O espetáculo integra o ciclo “Eu Queria ser Fado”.
Editado no final de 2013, este disco conta com as participações de Iggy Pop, Adriana Calcanhotto, Dead Combo, The Legendary Tigerman, Ramón Vargas e Melech Mechaya. Inclui um tema inédito, “Rasto de Infinito” com letra de Tiago Torres da Silva, e as restantes canções, em espanhol, francês e português, fazem parte das memórias afetivas de Mísia, como “Estación de Rossio”, canção que Juanita Cuenca interpretou como «atração internacional» na revista “Agora é Que São Elas”, que esteve em cena no Teatro Capitólio, em Lisboa, em 1953. Em palco, a cantora será acompanhada pelo maestro Fabrizio Romano ao piano.
A carreira de Mísia marca a contemporaneidade do fado, património imaterial da humanidade. A cantora foi uma das responsáveis pela revolução vivida no meio da canção nacional, não só através de textos de poetas contemporâneos, que escreveram especialmente para a sua voz (José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Lídia Jorge, Vasco Graça Moura, Hélia Correia, etc.), mas também por criar uma sonoridade própria ao trazer para o fado instrumentos como o violino, acordeão e o piano. Em 2012, Mísia foi galardoada com o Prémio Amália Rodrigues na categoria “Divulgação Internacional”, pelo seu trabalho além-fronteiras.