A lista do Bloco de Esquerda na Guarda fez a apresentação do seu programa eleitoral na passada terça-feira numa sessão que contou com a presença da deputada Mariana Mortágua, que concorre por Lisboa.
O antigo presidente do Politécnico, Jorge Mendes, encabeça a lista e acredita que este «é tempo de mudança» e que está na hora de lutar contra o desinvestimento público e de evitar «o aumento brutal das desigualdades sociais» a que se tem assistido. O independente rejeita as políticas de austeridade postas em prática em Portugal nos últimos anos para «salvar bancos e banqueiros» e sublinhou que se não existir uma renegociação da dívida e «se a Europa não parar com a austeridade nos países do sul», a saída do euro estará em cima da mesa. Nesta sessão no Paço da Cultura não faltaram críticas aos deputados eleitos pela Guarda, que acusou de estarem «contra o povo que os elegeu» votando contra, ou abstendo-se, nas decisões importantes para o distrito, como a abolição das portagens na A23 e A25 e a conclusão da requalificação da linha ferroviária da Beira Baixa entre a Guarda e a Covilhã.
Jorge Medes não esquece a abstenção das últimas eleições e pede que «quem está farto não pode ficar calado». O IPG, a necessidade de o manter e de investir na instituição foi outros dos temas abordados. Para o seu ex-presidente, «o Politécnico não pode ser posto em causa». O mesmo pensa Mariana Mortágua, que nessa manhã conheceu a realidade do estabelecimento de ensino superior, para quem o IPG é um dos pontos positivos cujo «investimento não pode ser esquecido». A deputada bloquista mostrou-se «agradavelmente surpreendida» com o Politécnico e elogiou as instalações, o nível de inovação e a investigação ali realizada, mas avisou que «não há investigação sem investimento». Lamentou também que o IPG tenha de lutar contra a falta de alunos: «É triste não haver uma visão estratégica» para o interior, onde falta uma política de transportes e criação de emprego, criticou a dirigente bloquista.
Com o objetivo de conquistar mais votos na região, Mariana Mortágua considerou que «PSD e CDS não foram capazes de dar uma resposta à Guarda», o mesmo aconteceu durante o governo PS. «Muda a cor, mas as políticas são as mesmas», afirmou, acrescentando que está na altura de votar em «quem nunca deixou de combater, apesar de não eleger deputados na Guarda». Isto é, em «gente de verdade», como o coordenador distrital do BE, Marco Loureiro, fez questão de chamar aos candidatos, onde primam os independentes e representantes «do máximo de concelhos do distrito».
Bloco de Esquerda passou pela redação de O Interior
Elementos da lista liderada por Jorge Mendes passou na passada sexta-feira pela redação de O INTERIOR.
Na visita, o cabeça de lista afirmou que a sua «candidatura não de alternância, mas de alternativa a este tipo de políticas que nos tem conduzido, quer no distrito, quer a nível nacional, a uma autêntica desgraça». Jorge Mendes disse ainda não recear o impacto dos movimentos criados por antigos membros do BE, pois está convicto que «muitas pessoas que nunca votaram Bloco e poderão agora fazê-lo».
Ana Eugénia Inácio