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Mais de 668 milhões de euros para investir na Serra da Estrela

Nove grandes projectos vão criar quase dois mil postos de trabalho no âmbito do Plano Estratégico Nacional de Turismo

Com a Serra da Estrela como pano de fundo, a Associação Nacional das Regiões de Turismo (ANRET) divulgou, terça-feira, os principais projectos estruturantes para a área do turismo no âmbito do Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT). Recentemente apresentado pelo Governo, este desafio contempla cinco novos pólos de desenvolvimento turístico: Serra da Estrela, Litoral Alentejano, Alqueva, Douro e Oeste.

A reunião aconteceu no Hotel Varanda dos Carqueijais e serviu para Miguel Sousinha, presidente da ANRET, anunciar um investimento global superior a 5,5 mil milhões de euros nas cinco zonas, prevendo-se ainda a criação de perto de 11 mil novos postos de trabalho, repartidos por mais de meia centena de projectos. Só na Serra da Estrela vão ser investidos 668 milhões de euros que poderão gerar perto de dois mil empregos directos em nove grandes projectos âncora. Números que levam Jorge Patrão, presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), a acreditar que estão reunidas as condições para a exploração de «novas potencialidades ligadas à dinâmica turística, num momento económico de grande estagnação», refere o também vice-presidente da ANRET. Os projectos em causa dizem respeito à ampliação e requalificação da estância de esqui da Torre, num investimento na ordem dos 12 milhões de euros e que criará 85 novos postos de trabalho. A criação da grande aldeia de montanha nas Penhas da Saúde (que inclui um casino e moradias turísticas) também foi contemplada, prevendo-se um investimento de cerca de 250 milhões.

Já no âmbito do PITER (Programas Integrados de Natureza Estruturante e Base Regional) “Serra da Estrela Dinâmica” serão aplicados quase 90 milhões de euros. A aplicar na construção das pontes pedonais sobre as ribeiras da Goldra e Carpinteira, a requalificação da judiaria e a reconstrução do hotel ex-sanatório, tudo na Covilhã, assim como um Centro de Interpretação dos Descobrimentos em Belmonte e a ampliação e requalificação do Hotel Turismo da Guarda. Também incluída neste programa está a construção de cerca de dez novas unidades hoteleiras em Fornos de Algodres, Gouveia, Trancoso, Penamacor, Pinhel, Covilhã e Seia. O mesmo acontecendo com o Complexo Termal de Unhais da Serra, do grupo IMB, que vai criar 80 postos de trabalho, num investimento total de 10 milhões de euros. O aeroporto regional da Covilhã, os empreendimento turísticos Vale da Gaia (Gonçalo) e Vale Glaciar (do grupo António Lopes, em Unhais da Serra) são outros dos projectos estruturantes, bem como o programa “Montanha Turistrela”, que inclui a instalação de telecabines e a aposta na animação no espaço Serra da Estrela, entre outros.

Na Covilhã, será ainda criado o complexo hoteleiro e museológico Hotel Villa Rica, na antiga fábrica Campos Melo, um projecto do grupo Fiabeira. Recorde-se que o PENT foi apresentado a 18 de Janeiro e tem como objectivos prioritários a contribuição do turismo para o crescimento do PIB nacional e o aumento do emprego qualificado, afirmando a marca “Portugal Turismo” até 2015. Para isso, os sectores público e privado foram desafiados a apresentar propostas para a criação de novos pólos de atracção turística.

Rosa Ramos

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