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Jovens licenciados desempregados optam por criar próprio emprego

Quinze licenciados da região abrem “porta de salvação”

Caria. Licenciada em Tradução e Secretariado pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco há quase dois anos, Luísa Ribeiro lamenta ainda não ter conseguido sequer um estágio para adquirir experiência profissional. A ausência de um estágio no final do curso é «um dos pontos negativos» apontados, tendo em conta que até agora «foi o que me fez mais falta», reconhece. «Saí do ensino e fiquei sem saber o que fazer. Tenho mandado currículos, ido directamente às empresas que me interessam, mas até agora não consegui sequer fazer um estágio profissional», desabafa. E embora esteja a tirar formação para a criação do próprio emprego, a jovem ainda não pensa avançar com uma iniciativa própria, talvez um “franchising” no sector do vestuário. «Primeiro tenho que ganhar maturidade para criar o meu próprio negócio. Só tenho 23 anos, nunca trabalhei e não tenho nenhuma experiência», refere, deixando no entanto em aberto essa possibilidade se as coisas não melhorarem.

Já Anabela Carvalho está no desemprego depois de ter sido mãe. Era gerente de uma média superfície do Fundão há cinco anos, mas dadas as dificuldades em «conciliar o trabalho com a vida familiar» teve que abdicar do primeiro. Licenciada em Economia, com um bacharel em Contabilidade e Administração e um curso de formação profissional pela Associação Empresarial do Fundão, Anabela Carvalho encontra-se a fazer esta formação para obter conhecimentos úteis e poder abrir a «médio ou longo prazo» uma loja de pronto-a-vestir para crianças naquela cidade. Contudo, a jovem de 33 anos não esconde a sua «frustração» em não conseguir um emprego na área de formação. «Mesmo com o meu currículo, ou se tem cunhas ou não se consegue fazer nada. E mesmo com cunhas é complicado», lamenta, para quem a situação na região «está muito difícil». «As empresas são poucas e não se aproveitam as pessoas válidas», diz, acrescentando que deveria haver mais apoio do Governo para as empresas e uma redução dos impostos para que os empresários comecem a contratar os jovens licenciados.

Liliana Correia

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