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Governo comparticipa construção da Igreja da Estação

José Luís Arnaut ofereceu 750 mil euros para recomeçar obras que estão paradas há quase três anos

As obras da Igreja da Estação, paradas desde Abril de 2002, deverão recomeçar até ao final deste ano depois do Governo ter assegurado a sua construção com um apoio de 750 mil euros. Esta foi a novidade trazida pelo ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional, José Luís Arnaut, para as comemorações dos 134 anos da Covilhã, desbloqueando assim uma das obras mais polémicas da “cidade neve”. «O processo da Igreja da Estação foi feito e anunciado com pés de barro e sem sustentabilidade», referiu o governante, o que terá justificado a assinatura de um novo contrato-programa com a Câmara da Covilhã, a Fábrica da Igreja e a construtora Lambelho & Ramos. A caminho vêm já mais verbas para levar a cabo um empreendimento ambicionado há mais de 20 anos e cujo anteprojecto foi submetido à comissão fabriqueira há vários meses.

As obras para o novo templo da zona nova da cidade, perto do Jardim do Lago, estão paradas há quase três anos devido a erros técnicos que impediram a junção entre os pilares que suportavam o silo e o templo, levando a estrutura a ceder de um dos lados após as primeiras chuvas. Desde então, os covilhanenses assistiram apenas à degradação constante da obra, que já tem o silo subterrâneo construído e em fase de concurso público para a sua concessão e exploração. Apesar do Tribunal de Contas ter chumbado a obra por não ter havido concurso público e por não ter sido feito um estudo geológico do terreno, Carlos Pinto atribui a culpa ao anterior Governo socialista, que apenas dispensou 30 por cento do contrato que tinha sido assinado com as promotoras da obra. «Na altura tinha sido dado um apoio de 500 mil euros para as obras e só vieram 15 mil, pelo que a Igreja tinha dificuldades extremas para as levar até ao fim», disse Carlos Pinto, que irá suportar financeiramente o novo projecto de forma a resolver «em definitivo» o imbróglio.

«Aquilo tem estado emperrado de todas as formas e este apoio do Governo é uma lufada de oxigénio», disse por sua vez o Padre Rafael, que confessou a “O Interior” que a situação financeira já estava encaminhada através de «muita ginástica» e graças a uma proposta feita pela empresa construtora para explorar o silo-auto por 55 anos. O projecto inicial previa uma concessão de 30 anos (25 para a “Lambelho & Ramos” e cinco para a Câmara). Depois de terem aberto concurso público para a exploração do silo-auto, apenas a empresa construtora apresentou proposta, pelo que foi possível «chegar a um entendimento» com a autarquia e a comissão fabriqueira para alongar o prazo de concessão do silo. Esta foi uma das formas encontradas para libertar a Igreja dos encargos financeiros da demolição e reconstrução da estrutura (que rondará os 1,25 milhões de euros). A construtora aguarda agora pela celebração do protocolo entre as entidades para «poder arrancar em breve» com a demolição dos pilares.

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