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Gouveia é a cidade mais envelhecida do país

Relatório “Cidades Portuguesas: Um Retrato Estatístico”, do INE, revela que a Guarda é a cidade mais jovem do distrito

A cidade de Gouveia é a mais envelhecida do distrito e do país, enquanto a Guarda é a mais jovem do distrito. Estas são algumas das conclusões do relatório “Cidades Portuguesas: Um Retrato Estatístico” divulgado na passada sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Esta análise aos dados dos Censos de 2011 relativamente a 159 cidades portuguesas revela que o envelhecimento da população está a aumentar de forma inexorável e é mais perturbante nas localidades do interior. O índice de envelhecimento – que relaciona a população com 65 ou mais anos com os residentes com idades entre 0 e 14 anos – é um dos indicadores mais comentados nos últimos dias. Neste quadro, Gouveia está em destaque por ter 246 idosos por cada 100 jovens a residir na sede do concelho serrano, sendo por isso a mais envelhecida do país. Atrás encontramos cidades como Borba (230), Porto (194) e Lisboa (183). No caso do distrito da Guarda, a cidade mais alta é também a mais jovem, com 86 idosos por cada cem jovens. A boa notícia é que a Guarda está muito abaixo da média deste índice no total das 159 cidades analisadas pelo INE (118 idosos por cada 100 jovens) e do total do país (128).

Abaixo destes valores ficam também Pinhel (114 idosos por 100 jovens) e Trancoso (118), enquanto Seia está a meio caminho (122) e o Sabugal (151) e Mêda (158) claramente acima das médias apuradas pelo INE. Após a divulgação deste indicador, o presidente da Câmara de Gouveia veio a terreiro garantir que, em 2014, será «invertida a tendência» de quebra de nascimentos no seu concelho. «Este ano já nasceram mais de 70 crianças, o que permite efetuar um contraponto claro com o ano de 2013 quando nasceram 63 bebés em Gouveia», afirmou Luís Tadeu. Até lá, o autarca não deixa de lamentar que o estudo do INE seja «uma análise parcial, porque apenas às cidades portuguesas, o que deixa de fora 149 concelhos. No universo global de Portugal certamente haverá casos mais gravosos». Contudo, o presidente do município serrano garante que não é a metodologia que está em causa, «o que interessa é que Gouveia há muito identificou o envelhecimento populacional e a desertificação como as principais ameaças a debelar».

Nesse sentido, Luís Tadeu garante que o apoio social, o desenvolvimento económico e a valorização do território são «as únicas estratégias» que podem inverter a tendência de envelhecimento populacional. «O município dispõe de um conjunto alargado de programas de ação social e de incentivo ao investimento, mas apenas uma visão nacional para todo o interior de Portugal poderá inverter a atual situação de despovoamento e envelhecimento», sublinha o presidente gouveense. De resto, o edil lembra que «ainda este ano» foram lançados o Programa de Incentivo à Natalidade e de Apoio à Família que «já beneficiou 47 agregados familiares.

De acordo com “Cidades Portuguesas: Um Retrato Estatístico”, no final de 2013 viviam em Portugal 10.427.301 pessoas, menos 60 mil do que no ano anterior. A diminuição resulta do efeito combinado de saldos naturais e migratórios negativos, ou seja, há mais mortes do que nascimentos e mais pessoas a emigrar do que a entrar no país. No ano passado emigraram 53.786 pessoas, um número que ultrapassa largamente o de novos imigrantes (17.554), resultando num saldo migratório negativo de 36.232 pessoas, muito próximo do de 2012.

Luis Martins Câmara de Gouveia garante que «apenas uma visão nacional para todo o interior poderá inverter a atual situação de despovoamento e envelhecimento»

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