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Futuro Hospital da Guarda no centro das atenções

PS quer retomar projecto do Plano Director, abandonado pelo PSD para a construção de um novo edifício no âmbito das parcerias público-privadas

O futuro hospital da Guarda vai estar de novo no centro da campanha para as legislativas no distrito. Primeiro, porque o novo edifício ainda não existe, nem se sabe oficialmente qual o terreno para a sua edificação. Depois, pelo facto de continuar a ser uma das principais bandeiras eleitorais dos social-democratas e, finalmente, porque os socialistas contam parar com as construções das novas unidades ao abrigo das parcerias público-privadas. As únicas excepções serão os projectos cujos concursos já estão a decorrer em Loures, Cascais e Braga. Para a Guarda defende-se a recuperação do Plano Director, elaborado no tempo de Correia de Campos, e que estipula a recuperação e adaptação dos velhos edifícios do antigo sanatório.

Ana Manso já se insurgiu contra essa possibilidade, apelando aos eleitores para que rejeitem o «hospital velho e remendado» do PS. Mas Fernando Cabral, segundo da lista socialista, ainda hoje não sabe onde vai ser construído o «novo hospital» prometido pela sua adversária na campanha de 2002 e anunciado pelo actual ministro da Saúde. Para além de duvidar mesmo que a empreitada seja «apetecível» para os grandes grupos que têm vindo a concorrer aos três primeiros hospitais público-privados por se tratar de um projecto de «menores dimensões». Considera, por isso, que se está «na estaca zero», ao contrário do hospital de Seia, cujo projecto está em andamento, pelo que é intenção do PS dar continuidade ao processo. No caso da Guarda, segundo a última calendarização do Grupo de Missão para as Parcerias em Saúde, datada do início de Dezembro de 2004, a que “O Interior” teve acesso, estava previsto que o concurso público para o novo hospital fosse lançado em Junho deste ano para que a obra viesse a ser adjudicada em 2006, ficando pronta a entrar em funcionamento no segundo semestre de 2009. Foi a contar com essas datas que a administração do Sousa Martins entregou em Dezembro um inventário da unidade actual à estrutura de missão, com dados actualizados sobre a gestão, recursos técnicos e humanos, e os fluxos de utentes.

Na sua recente passagem pela Covilhã, Luís Filipe Pereira reiterou que o hospital da Guarda integrava a segunda “fornada” das parcerias público-privadas, cujo concurso público internacional contava anunciar em Junho. «Esse era o meu objectivo e, de acordo com o que tinha previsto, a Guarda teria um novo hospital em meados ou finais de 2009», disse o ministro, considerando «absolutamente fundamental» a construção de uma nova unidade na cidade por ser um hospital de substituição. «Trata-se de substituir um que não tem condições. E é preciso dizer que a União Europeia já não nos vai dar nenhuma ajuda para construirmos novos hospitais, nem que sejam de substituição», avisa o governante. Luís Filipe Pereira garante que esta política vai continuar se o PSD ganhar as legislativas, mas acredita tratar-se de um assunto que «não é para um partido, mas para o país». Quanto ao terreno, o ministro adianta que estava em condições de anunciar a localização definitiva dentro de dois meses, referindo estarem a ser consideradas as hipóteses do Parque da Saúde e do terreno do Torrão. O pós-dia 20 de Fevereiro o dirá.

Luis Martins

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