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Solidariedade, Caridade e Caridadezinha

O Natal já passou. Dias fortes para os católicos, e não só; dias em que se fala muito de paz, de solidariedade, de caridade e de amor.

As pessoas estão mais predispostas a participar em acções de bem-fazer, na ajuda aos outros. Ajudam quando lhes pedimos auxílio e para elas vão os nossos agradecimentos.

Há muitas maneiras de colaborar.

Como membro de uma instituição de solidariedade social, e uma das responsáveis pela distribuição de roupas e alimentos, é com mágoa que verificamos que algumas pessoas nos entregam sacos de roupa, calçado e brinquedos, sentindo-se de consciência tranquila fazenda a entrega à obra social em vez de os deitarem para o contentor do lixo.

Se nos procurarem no local onde habitualmente estamos, podem ter a oportunidade de ver que tudo quanto nos entregam é seleccionado, peça a peça, para verificarmos o estado em que as mesmas se encontram.

Imaginemos um dia muito frio, como os que têm estado ultimamente, e que alguém, friorento, nos vem dizer que está carecida de agasalhos (o que já tem acontecido, muitas vezes) e que de um saco tiramos um casaco, que até é bonito, mas encontramo-lo sem botões (de fácil solução); ou tem uma grande mancha de lixívia, ou um grande buraco; ou botas em que só aparece uma (esquerda ou direita); ou ainda umas meias, rotas, que nem sequer dão para agasalhar!… E o que dizer de brinquedos para as crianças, entregues muitas vezes danificados, atados com cordões, fita-cola e não sei que mais?! Precisamos, sim, de ajudar os outros, os que mais precisam, mas com dignidade. Não façamos aos outros o que não queremos para nós. Queremos agradecer às pessoas que nos enviam todo o tipo de roupa e calçado em perfeitas condições de utilização.

Maria Odete Inácio, Covilhã

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