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Futebol, árbitros e muita formação

Jorge Coroado veio à Guarda contar a sua experiência de 30 anos na arbitragem

A Associação de Futebol da Guarda comemorou 65 anos com as I Jornadas de Formação da Guarda, no último sábado. A iniciativa contou com a participação de vários oradores como José Augusto Alves, Silveira Ramos, José Brito, Pedro Ilharco, Vítor Maçãs, Vítor Rodrigues, José Neto e Jorge Coroado.

Durante o encontro debateram-se temas como as “Concepções para a Formação”, “Estrutura, Organização e Desenvolvimento dos Clubes”, e “A Arbitragem e Formação”. As jornadas destinavam-se preferencialmente a treinadores, professores de educação física, alunos de desporto, árbitros e outros agentes desportivos, tendo estado presentes cerca de 60 pessoas. Para Vítor Rodrigues, da Iª Divisão de Futsal, ser árbitro é «uma opção de vida», que concilia com a profissão de bancário. Há aspectos positivos, «como o prazer, a alegria, os novos conhecimentos ou os novos amigos», mas também negativos, caso dos fins-de-semana que passa longe da família. Ingressou tarde na classe da arbitragem, com 33 anos, e foi por brincadeira, «mas logo se tornou numa coisa séria», confessa Vítor Rodrigues. O árbitro destacou ainda que as cores clubísticas devem «colocar-se de parte», mas acabou por admitir a sua preferência pelo Benfica. «Contudo, um árbitro deve calar os seus sentimentos e deixar o seu entusiasmo e paixão de fora», sugeriu.

Para José Neto, docente do ensino superior e formador da FPF, LPFP e da UEFA, «mais importante do que treinar em ginásios, é treinar no espaço do jogo». Daí afirmar, em tom de brincadeira: «Diz-me como arbitras, dir-te-ei como treinar», tendo enumerado depois os parâmetros «essenciais» para a organização e planificação do treino do árbitro. No final, José Neto desafiou a Associação de Futebol da Guarda a «planificar» o treino dos seus árbitros através dos centros de estágios, por exemplo. Quanto a Jorge Coroado, ex-árbitro internacional, veio afirmar que «mais que um desejo ou uma experiência, ser árbitro é determinação em absoluto». 30 anos de experiência, quinze dos quais como árbitro da primeira categoria, dão-lhe agora uma certeza: «Jamais a relação entre a comunicação social e a arbitragem reflectiu coexistência pacífica», garante. No final deste seminário, a AFG homenageou algumas personalidades como José Alves, Ferraz Alves e Madeira Grilo, um dos ex-presidentes mais antigos da associação. O antigo professor esteve ligado ao futebol durante mais de 30 anos, ocupando vários cargos na Associação e Federação Portuguesa de Futebol.

Patrícia Correia

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