O incêndio de Sortelha, a 22 e 23 de agosto, é o maior registado este ano em Portugal. De acordo com o último relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), divulgado na semana passada, o fogo consumiu uma área estimada de 5.303 hectares de espaços florestais e terrenos agrícolas naquela zona do concelho do Sabugal.
Entre 1 de janeiro e 30 de agosto, arderam na Guarda 12.027 hectares, o que coloca o distrito no topo da área ardida, à frente de Viana do Castelo (8.760 hectares), Braga (5.975) e Vila Real (5.466). O ICNF refere que nestes quatro distritos está 60 por cento do total da área ardida em Portugal Continental. «Na Guarda cerca de 44 por cento da área ardida corresponde a uma única ocorrência, o grande incêndio florestal de Sortelha, com 5.303 hectares ardidos», sublinha o relatório. Nestes oito meses de 2015, ocorreram no distrito 211 fogachos (área inferior a um hectare) e 152 incêndios, num total de 363 ocorrências, tendo ardido sobretudo mato (9.905 hectares). Ainda segundo o ICNF, desde o início do ano registaram-se onze grandes incêndios no distrito da Guarda, com destaque para o fogo de Aldeias/ Mangualde da Serra (Gouveia) a 10 de agosto (2.300 hectares ardidos), Casteleiro (Sabugal) a 2 de agosto (1.158), Rochoso (Guarda) a 30 de junho (673) e Castelo Rodrigo a 3 de julho (405).
No Sabugal, para fazer face aos prejuízos causados pelo fogo iniciado na zona de Sortelha, a autarquia está a apoiar os proprietários de 2.500 animais que ficaram sem alimento. «Devido à ausência de pastos para pastagens, o município fizemos uma adjudicação no valor de cerca de 15 mil euros para aquisição de forragens que estão a ser distribuídas aos proprietários destes animais, como apoio direto da Câmara, através da Acrisabugal – Associação de Criadores de Ruminantes do Concelho do Sabugal», indicou o presidente António Robalo.