Começa terça-feira na Covilhã o primeiro Festival Internacional de Cinema Digital e Multimédia, organizado pelo Cine Clube da Beira Interior (CCBI) e pelo CyberCentro. O Novidad – Digital Film Festival assume este ano o carácter internacional, o primeiro do género em Portugal, e vai prologar-se até dia 13 no Teatro-Cine da Covilhã. Promover o cinema digital e multimédia como expressão de arte e encorajar a produção deste género na região e no país são os principais objectivos da organização, que já seleccionou 20 filmes para a mostra nacional.
Cabe ao júri internacional, composto por Cardoso Marques, Luís Nogueira (professor de Guionismo e História dos Média na Universidade da Beira Interior) e Águeda Simó (assistente na UBI), escolher os premiados dos trabalhos nacionais. Mas este festival não se resume apenas à mostra “lusa”, já que estará também em exibição uma mostra internacional com trabalhos de nomes consagrados nesta área da Sétima Arte. É o caso de Chris Cunningham, que se destaca essencialmente na realização de vídeoclips musicais. “All is full of Love” (Björk), “Only you” (Portishead), “Come to Daddy” (Aphex Twin), “Frozen” (Madonna), “Flex” e “Monkey Drummer” (Anthony D’Offay Gallery) são alguns dos trabalhos de Cunningham a exibir na quinta-feira. Michel Gondry, conceituado realizador francês, está em destaque na quarta-feira com alguns dos seus trabalhos para os White Stripes, Kylie Minogue, Foo Fighters, Chemical Brothers e Björk, entre outros, para além da grande estreia nas salas portuguesas da sua recente produção “Eternal Sunshine of a Spotless Mind”.
Na sexta-feira, o Novidad dedica uma retrospectiva a Rui Simões, realizador e criador da produtora Real Ficção, que se tem destacado essencialmente na área da cultura e marcado presença em grandes eventos nacionais e internacionais como a Expo’98 e Expo’2000, em Hannover. De destacar ainda a exibição de “Suspeito”, a nova curta-metragem de Telmo Martins, criativo do CyberCentro e realizador de “Karma”, e da ante-estreia nacional do filme digital “Immortel”, de Enki Bilal, no dia da abertura do festival. Segundo a organização, o Novidad é uma oportunidade para os cinéfilos verem «já hoje o que o cinema vai sendo e, sobretudo, antever um cheirinho do que será amanhã». A edição deste ano acolhe também uma exposição de fotografia digital de Gonçalo Cadilhe, Bárbara Smeenk e Cármen Tomé, para além das vídeo-instalações de “Afago”, de Sílvia Moreira, e “Camuflagem”, de João Pereira. No último dia, para além da entrega de prémios, realiza-se a apresentação do livro “Suleiman”, de Álvaro Faria, e uma sessão multimédia de Telmo Martins e Carlos Oliveira com música dos Black Coffe. Entre 10 e 13 de Novembro decorrem os “workshops” “Direcção de Fotografia: Cinema Digital”, com Pedro Azevedo, e “Cinevideo Digital”, com Rui Simões.
