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Fecho de maternidades será discutido em Fevereiro «seja qual for o Governo»

Albino Aroso acredita que processo, actualmente suspenso, será retomado após as legislativas

O Ministério da Saúde não irá encerrar maternidades na região nos próximos tempos, mas Albino Aroso, presidente da Comissão da Saúde da Mulher e da Criança, garante que o assunto vai voltar a ser discutido após as eleições de Fevereiro, mesmo com outro Governo.

Durante a visita ao Centro Hospitalar da Cova da Beira, na última sexta-feira, Luís Filipe Pereira, ministro da Saúde, confirmou que já não se irá fazer «absolutamente nada» nesta matéria. «Era um assunto que estava a ser estudado e tem que ser visto com muita ponderação e sensatez», sublinhou o governante, frisando que há muitas questões a debater como as «acessibilidades e as dificuldades de acesso ao hospital». Para o ministro da Saúde, este é um assunto que «o novo Governo vai ter que analisar e decidir». O que no caso do PS ganhar as eleições significa, a fazer fé em declarações recentes, que nenhum dos serviços de obstetrícia e neonatologia dos três hospitais da região encerrará. No entanto, Albino Aroso, responsável pelo estudo que sugere o fecho das maternidades, espera que o assunto possa voltar a ser discutido em finais de Fevereiro, «seja qual for o partido que estiver no Governo», reiterou a “O Interior”. «As medidas terão que ser tomadas, pois são aspectos técnicos que estão a ser discutidos», sustenta o responsável, referindo que as estatísticas de 2003 apontam para a diminuição da natalidade. «Se não existem crianças, também não se podem manter os serviços de maternidade abertos», justificou, lembrando que Portugal enfrenta um défice de especialistas com a perda em apenas dois anos de cerca de 140 obstretas.

Para Albino Aroso, «é natural que as decisões tenham sido suspensas» nesta fase, mas «será mesmo necessário fechar algumas maternidades para uma maior qualidade do serviço prestado às parturientes», sustenta, avisando que duas das três maternidades da Beira Interior terão que encerrar. No entanto, o médico remete a decisão final para o próximo Governo. «Logicamente e por uma questão de geografia, continuo a manter a Covilhã como a melhor opção. Mas essa é uma decisão política, pois há muitos factores a ponderar», acrescenta. Recorde-se que o estudo de Albino Aroso, encomendado pelo Ministério da Saúde, aponta o encerramento das maternidades dos hospitais da Guarda e Castelo Branco, o que tem motivado muita polémica. Na Guarda, a opinião é unânime contra a deslocalização do serviço e dos médicos para a Covilhã. Em Castelo Branco, foi recentemente criado um movimento civil de recolha de fundos para o equipamento e modernização do serviço de obstetrícia do Amato Lusitano.

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