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Coisas…

Para além do transe por que passam os tais 6 milhões de portugueses, existem outros dois focos de interesse, um nadinha mais importantes, que começam a ocupar a mente de 10 milhões: o défice e as eleições autárquicas.

Quer um dos temas, quer o outro, possui já comentadores de sobra e comentários mais ou menos autorizados. No entanto, no que nos diz respeito a nós, guardenses e aparentados, a batalha autárquica que se avizinha promete revelar aspectos curiosos e desenvolvimentos interessantes.

Relativamente ao vencedor não julgo que haja grandes dúvidas no espírito de ninguém; com renovação ou sem ela o Partido Socialista vai limpar a coisa aqui no concelho. Do outro lado… mais do mesmo. O PPD parece querer insistir na sua vocação perdedora e, para que o projecto não corra grandes riscos de falhar, apresenta-se aos eleitores com uma candidata ao Guiness no capítulo de “derrotas eleitorais consecutivas”.

A escolha da Dra. Ana Manso para candidata do PPD à Câmara da Guarda parece ter mais que ver com lutas internas no partido do que propriamente com ambições legítimas à conquista da câmara. Por outro lado, a escolha do tema “hospital novo” como foco principal da campanha, levanta sérias dúvidas relativamente à boa-fé com que parte para a batalha eleitoral.

Como é sabido, sempre defendi (aqui e noutros fóruns) que a cidade da Guarda necessitava de um novo hospital, moderno, funcional e atractivo que lhe permitisse escapar ao destino quase certo de uma despromoção relativamente aos seus vizinhos e rivais de Viseu e da Covilhã. No entanto, o tempo acabou por demonstrar que a vontade dos eleitores era outra e o certo é que o PS ganhou as eleições com uma maioria absoluta que lhe confere democraticamente o direito (e o dever) de aplicar as medidas que considera mais correctas. Entre elas está, naturalmente, a remodelação do actual hospital de Sousa Martins. Um erro, na minha modesta opinião, mas um erro democraticamente legítimo.

Vir agora o PPD, através da sua candidatura autárquica, pôr em causa as decisões tomadas pelos socialistas, apenas revela uma vontade e necessidade de atrapalhar, inventar causas e, em última análise, contribuir para mais atrasos e polémicas que acabarão por atirar a conclusão do hospital remodelado para o dia de S. nunca. Demagogia pura.

PS: Já não é segredo para ninguém o incómodo que o actual conselho de administração do hospital constitui para os socialistas. Diz-se à boca pequena que “ou saem a bem ou saem a mal”. A “bem”, já está visto que não saem; a “mal”, só com um pequeno escândalo daqueles a que o PPD nos tem habituado nos últimos tempos.

Isto promete.

Por: António Matos Godinho

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